A polícia do Egito prendeu hoje no Cairo o porta-voz da Irmandade Muçulmana, Gehad el-Haddad, uma das principais fontes de comunicação do grupo islamita. Contra ele, foi emitido um mandado de prisão por incitar a violência durante protestos contra a queda de Mohammed Mursi.
A saída de Mursi, em 3 de julho, provocou uma forte crise política e intensos protestos da Irmandade Muçulmana, grupo ao qual ele era vinculado. As manifestações terminaram em uma série de confrontos violentos que deixaram mais de 1.200 mortos em dois meses.
Além do porta-voz, outros dois integrantes do movimento islamita foram capturados, o ex-deputado Ahmed Diab e o membro da executiva da entidade, Mahmoud Abu Zaid. As prisões foram feitas em um apartamento em Cidade Nasr, no Cairo, mesmo lugar onde foi detido o líder da Irmandade, Mohammed Badie.
Haddad era uma das caras mais visíveis do movimento islâmico durante os protestos contra a deposição de Mohammed Mursi. Ele era quem se comunicava com os militantes e a imprensa, através de mensagens no microblog Twitter ou pronunciamentos públicos.
Mais cedo, a Justiça egípcia ordenou o congelamento dos bens dos principais dirigentes islamitas do país, principalmente da Irmandade Muçulmana. Entre as personalidades atingidas pela punição, figuram Mohamed Badie, o Guia Supremo da Irmandade, e seus dois adjuntos, Khairat al-Shater e Rachad al-Bayoumi.
Todos estão presos acusados de incitar a violência nos protestos. Shater, um rico empresário, é considerado um dos financiadores da Irmandade Muçulmana. Outros 15 dirigentes de partidos islâmicos também tiveram seus bens bloqueados.