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Atenas - Manifestantes entraram em confronto com a polícia e atearam fogo em carros e num hotel no centro de Atenas nesta quarta-feira, durante protesto de dezenas de milhares de gregos contra medidas de austeridade fiscal.

A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e perseguiu jovens encapuzados armados com paus e pedras, em um confronto generalizado que durou mais de uma hora. A manifestação foi a mais violenta na Grécia desde a morte de três pessoas num outro protesto, em maio.

Horas antes, o Parlamento aprovou reformas e cortes de gastos que foram estabelecidos como condições para o país receber um pacote de ajuda de 110 bilhões de euros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudar a Grécia a combater sua dívida.

Trabalhadores em greve já tinham paralisado voos e o transporte público e fecharam escolas.

Quando uma grande marcha contra austeridade com 20.000 pessoas chegou ao Parlamento, cerca de 200 manifestantes de esquerda atacaram o ex-ministro conservador Kostis Hatzidakis com paus e pedras, aos gritos de "Ladrões" e "Vergonha".

Testemunhas disseram à Reuters que o rosto do ex-ministro ficou coberto de sangue enquanto ele tentava se proteger em um prédio.

A polícia informou que nove manifestantes foram presos e outros 11 ficaram temporariamente detidos. Três pessoas ficaram feridas.

Três carros e a recepção de um hotel ficaram em chamas na Praça Syntagma, depois que os manifestantes atiraram bombas caseiras. Fumaça e gás lacrimogêneo cobriram a praça, e a população correu para tentar esconder-se.

Com uma confortável maioria parlamentar, e com o futuro do pacote de ajuda em jogo, o governo socialista dificilmente vai voltar atrás das medidas de austeridade.

A Câmara dos Deputados transformou em lei medidas que cortam os salários de empresas estatais de ônibus e ferrovias.

Antes da escalada violenta dos protestos, Ilias Iliopoulos, secretário-geral do sindicato dos servidores civis ADEDY, disse à Reuters: "Precisamos enviar uma mensagem ao governo de que não vamos aceitar as medidas que nos levam apenas à pobreza e ao desemprego."

"Nós não vamos ceder, vamos prevalecer", acrescentou.

Navios ficaram parados nos portos, hospitais estavam trabalhando com número mínimo de funcionários e ministérios fechando por falta de funcionários.

Com o transporte público parado, as vias principais do centro de Atenas pareciam mais estacionamentos, dado o pesado tráfego e muitos motoristas tinham dificuldade em chegar ao trabalho. Os jornalistas também aderiram à greve e não havia transmissão por TV ou rádio.

"É bom as pessoas tomarem as ruas. Eles tiraram nossos direitos. Paciência tem limites; temos crianças e empréstimos para pagar", disse o funcionário de banco George Mihalopoulos, de 57 anos.

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