Sete opositores do presidente russo, Vladimir Putin, foram condenados nesta segunda-feira a penas que variam de dois anos e meio a quatro anos de prisão por uma manifestação que se tornou violenta, e a tropa de choque deteve 100 pessoas que protestavam em frente ao tribunal.
Os manifestantes, que culpam a polícia pela violência no centro de Moscou em 2012, pediam pela libertação do réus e gritavam "vergonha" e "Maidan" -- uma referência à praça de Kiev onde se concentraram os protestos que levaram à queda do presidente ucraniano, Viktor Yanukovich.
Os parentes e advogados temiam que a agitação na vizinha Ucrânia, onde policiais estiveram entre os mortos no conflito, levaria a corte a decidir por penas de prisão para emitir uma mensagem de firmeza.
Uma oitava ré recebeu uma pena suspensa, o que a permitiu evitar ser presa, mas as decisões judiciais causaram revolta entre os críticos do Kremlin, que veem os prisioneiros como vítimas de uma repressão contra a dissidência a Putin.
Ativistas da oposição disseram que mais de 230 pessoas foram detidas pela tropa de choque que abriu caminho em meio à aglomeração em frente ao tribunal, detendo manifestantes um a um. A polícia disse que mais de cem foram presos.
Na sexta-feira, o juiz do caso considerou os réus culpados de provocar desordem e atacar a polícia durante um protesto em 6 de maio de 2012, um dia antes de Putin, no poder desde 2000, retornar à Presidência após uma passagem como primeiro-ministro. Os réus culparam a polícia pelo surgimento dos confrontos e alegaram inocência.
As condenações devem provocar críticas a partir dos Estados Unidos e países europeus, que já expressaram preocupação sobre o chamado julgamento "bolotnaya" e acusaram a Rússia de restringir a liberdade de reunião e expressão.
Opositores ao governo convocaram um protesto em frente ao Kremlin nesta segunda. Advogados de defesa disseram que iriam apelas dos veredictos.