Homem invade prédio da Nasa, mata refém e se mata
Uma outra refém, que estava amarrada, saiu ilesa. O incidente acontece na mesma semana da matança na Virgínia.
Foi identificado como Bill Philips o homem que invadiu, nesta sexta-feira, um prédio da Nasa, matou um refém e se suicidou em seguida. Segundo a polícia, Philips era engenheiro e prestava serviços para a Nasa há 10 anos. Ele teria enganado a segurança e entrado com um revólver no prédio 44 do complexo da Nasa, por volta de 14h40m (horário de Brasília), fazendo duas pessoas reféns. Horas depois, Philips atirou e matou outro engenheiro, David Beverly, antes de cometer suicídio com um tiro na cabeça. A polícia ainda investiga a causa do crime, mas acredita se tratar de uma rivalidade entre os dois colegas.
O crime ocorreu apenas quatro dias após um estudante assassinar 32 pessoas na Virginia Tech e no oitavo aniversário da tragédia da escola Columbine, no Colorado, em que dois alunos mataram 12 colegas e um professor, suicidando-se logo após.
Bill Philips teria dominado e amarrado com fita adesiva uma outra funcionária. A vítima foi encontrada ilesa pela polícia, cerca de quatro horas após o início do incidente, e levada para o hospital.
Contatos em vão
De acordo com o porta-voz da polícia de Houston, Dwayne Ready, agentes tentaram, em vão, fazer contato com o atirador, que se isolou no segundo andar do prédio com os dois reféns, pouco depois de o prédio que abriga o sistema de comunicação, laboratórios e escritórios de engenheiros ter sido evacuado e cercado. Segundo Ready, o homem teria feito barricadas para se proteger.
Quando a Swat entrou, percebeu que o suspeito havia se matado. No mesmo andar estava um refém morto. Acreditamos que tenha morrido nos primeiros minutos da invasão.
Funcionários dos demais edifícios do Centro Espacial Johnson foram informados sobre o incidente e tiveram liberdade para escolher se queriam abandonar suas posições. Estradas no meio do complexo de 1.600 acres foram bloqueadas e uma escola de nível médio próxima ao centro da Nasa foi isolada por precaução. Alunos e professores foram mantidos na instituição de ensino após o fim das aulas. Os pais foram informados para não buscarem seus filhos.
O Centro Espacial Johnson é a sede do Centro de Controle das Missões dos ônibus-espaciais e também o ponto de reunião dos astronautas antes de seguirem para o Centro Espacial Kennedy, na Flórida. Foi inaugurado em 1961 e conta com 3 mil empregados. No complexo e em prédios próximos trabalham mais de 12 mil pessoas, muitas de empresas contratadas pela Nasa.
O caso foi o mais grave num dia marcado por ameaças de bombas e de ataques a tiros que fizeram escolas e até mesmo o Capitólio estadual do Arizona serem esvaziados. Escolas em Nova York, Nova Jersey, Minnesota, Califórnia, Washington e Texas receberam ameaças, no que especialistas consideram uma espécie de efeito dominó ao massacre de segunda-feira.
A maioria das ameaças não passava de trote. Mas no Colorado, uma bomba explodiu pouco antes das 9h, do lado de fora da escola de nível médio Ponderosa, em Parker, não muito distante da escola Columbine. A polícia prendeu um homem que carregava um artefato explosivo, mas ninguém ficou ferido.
Um estudante também foi detido na escola de nível médio Todd Beamer, em Washington. Foram encontrados com ele três revólveres e munição. Na cidade californiana de Santa Clara, ao sul de São Francisco, a Mission College evacuou ontem de manhã cerca de 2 mil alunos após uma ameaça de bomba.
Em Phoenix, Arizona, a polícia evacuou parte do Capitólio e o interditou por várias horas após um telefonema dizendo que haveria uma bomba no prédio. Mas nada foi encontrado.
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