A polícia tcheca começou a marcar todos os imigrantes clandestinos que desembarcam na cidade de Breclav, na fronteira com a Áustria, com números a caneta identificando o trem e o vagão no qual chegaram. De acordo com a imprensa local, a prática não atinge apenas adultos, mas também crianças e bebês.
Uma foto divulgada pelo jornal “Mladá fronta Dnes” mostra uma menina de cinco anos dormindo no colo da mãe e com o termo C5 gravado em seu braço. Outros relatos semelhantes foram destacados e criticados por autoridades locais, além de países próximos, que também lidam com o intenso fluxo migratório.
“É um fato gravíssimo. Dezenas de solicitantes de refúgio foram literalmente marcados como se fossem gado, lembrando inevitavelmente o período mais obscuro da História contemporânea”, disse o presidente da União das Comunidades Hebraicas Italianas, Renzo Gattegna, em referência ao Holocausto.
Por sua vez, o ministro do Interior da Itália, Angelino Alfano, afirmou que iniciativas do tipo “disseminam o germe do racismo e da xenofobia na Europa”. Alfano vem sendo muito criticado por partidos mais à direita por direcionar mais recursos ao acolhimento de refugiados.
Nos últimos dias, milhares de imigrantes têm chegado à República Tcheca a partir da Áustria, onde entram por meio da fronteira com a Hungria. Em geral, a rota deles — a maioria proveniente do Oriente Médio — começa na Turquia.
De lá, partem em embarcações superlotadas para a Grécia, alcançam a divisa com a Macedônia e pegam trens para a Sérvia. Na nação dos Bálcãs, seguem rumo à Hungria, que integra a União Europeia e está mais perto dos países mais ricos do bloco.