A polícia turca usou gás lacrimogêneo e canhões de água nesta sexta-feira contra manifestantes que ocupavam um parque no centro de Istambul, ferindo dezenas na mais recente repressão violenta a manifestações contra o governo.
O protesto no Parque Gezi começou na noite de segunda-feira após construtores cortarem árvores, mas ampliou-se para uma manifestação maior contra o partido islamita Justiça e Desenvolvimento (AKP), do primeiro-ministro Tayyip Erdogan (AKP).
A tropa de choque já havia entrado em confronto com dezenas de milhares de manifestantes em 1.º de Maio, em Istambul. Também tem ocorrido protestos contra a posição do governo sobre o conflito na vizinha Síria, um agravamento recente das restrições à venda de bebidas alcoólicas e as advertências contra demonstrações públicas de afeto.
A polícia organizou uma incursão na madrugada contra os manifestantes que acampavam por dias o Parque Gezi, em revolta contra os planos para a construção de um shopping center, e nuvens de gás lacrimogêneo subiram ao redor da área na Praça Taksim, que tem sido um local de encontro para protestos políticos. A Câmara Médica de Istambul, uma associação de médicos, disse que pelo menos cem pessoas sofreram ferimentos leves na sexta-feira.
Erdogan está a frente de uma transformação na Turquia durante a sua década no poder, tornando a economia do país de propensa a crises para a de mais rápido crescimento na Europa. A renda per capita triplicou em termos nominais desde que o seu partido chegou ao poder.
Ele permanece, com folga, como o político turco mais popular e é visto por muitos como o líder mais poderoso desde Mustafa Kemal Ataturk, que fundou a moderna república secular sobre as cinzas do Império Otomano, 90 anos atrás.