Os dois policiais que mataram o brasileiro Jean Charles de Menezes, confundido com um terrorista na estação de metrô de de Stockwell, em Londres, deverão ser inocentados da acusação de assassinato ou mesmo de homicídio culposo, segundo disseram fontes de alto escalão da Scotland Yark ouvidas ao jornal britânico "The Sunday Times".
De acordo com a reportagem publicada na edição deste domingo, a promotoria deverá aceitar a tese da defesa dos policiais, segundo a qual eles "honestamente acreditaram" que o eletricista brasileiro era mesmo um homem-bomba e que usaram a "força cabível" para impedi-lo.
Segundo as fontes do "The Sunday Times", os agentes que participaram da desastrada operação policial que resultou na morte do eletricista brasileiro pensavam que, desta forma, evitavam que ele pusesse o público em risco. As fontes do jornal acrescentam que os agentes que passaram a informação errada aos policiais que participaram da ação poderão ser responsabilizados.
- Possivelmente alguém numa posição mais alta no escalão pode ter agido de forma ilegal - acrescentou.
O eletricista mineiro morreu com sete tiros na cabeça. Segundo a versão inicial, Jean Charles teria fugido diante da abordagem da polícia e estava usando uma jaqueta pesada num dia de verão britânico, o que teria levantado suspeitas de que poderia ser um terrorista suicida.
Documentos da Comissão Independente de Reclamações sobre a Polícia (IPCC, na sigla em inglês), no entanto, obtidos por uma rede de TV, mostraram que o eletricista mineiro não só usava roupas leves como entrou normalmente na estação e no vagão do trem onde foi executado pela polícia.
A investigação da IPCC deve terminar no fim do ano, quando as conclusões vão ser repassadas ao Serviço de Processos da Coroa, que vai decidir se os policiais serão acusados. Os dois já depuseram à comissão.
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