No embate, a polícia utilizou cassetetes e força física contra os ativistas| Foto: EFE/EPA/ALEX HOFFORD
Antes do anoitecer desta sexta-feira, centenas de policiais realizaram a maior investida contra o acampamento dos manifestantes pró-democracia
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A tropa de choque de Hong Kong utilizou spray de pimenta e cassetetes contra manifestantes pró-democracia nesta sexta-feira. As tensões aumentaram após a remoção na madrugada de um grande acampamento de protesto no centro financeiro da região controlada pela China.

Multidões de manifestantes foram em direção ao congestionado distrito de Mong Kok na noite desta sexta-feira (horário local) - ponto central do movimento de desobediência civil e perto dos prédios do governo - para tentar retomar a área de um cruzamento que a polícia havia liberado pela manhã.

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Centenas de manifestantes tentaram romper as linhas policiais e utilizaram guarda-chuvas como escudo contra os sprays de pimenta. No embate, a polícia utilizou cassetetes e força física contra os ativistas.

Os manifestantes, liderados por estudantes, exigem que os líderes do Partido Comunista da China honrem a promessa e realizem eleições livres na ex-colônia britânica, que retornou ao controle chinês em 1997.

Antes do anoitecer desta sexta-feira, centenas de policiais realizaram a maior investida contra o acampamento dos manifestantes pró-democracia, reprimindo ativistas que ocupavam a interseção em uma das principais praças de protesto há mais de três semanas. A operação aconteceu enquanto muitos manifestantes estavam dormindo em dezenas de tendas e embaixo de grandes lonas.

Mongkok já foi palco de violentos choques entre manifestantes e moradores irritados por quase três semanas de manifestações que paralisaram o bairro. Este foi o terceiro local na lista de remoções, após a retirada das barricadas na ilha principal, em Admiralty, na zona da sede do Executivo, e em Causeway Bay, bairro comercial de Hong Kong.

A ação foi uma nova estratégia da força policial de Hong Kong, de mais de 28 mil agentes, que tem sido criticada por operações agressivas, incluindo o espancamento de um manifestantes algemado na quarta-feira. Avançando com capacetes, escudos e cassetetes, vindos de quatro direções, os agentes pegaram os manifestantes de surpresa. Muitos recuaram sem resistir.

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"A deplorável ação do governo de Hong Kong causará outra onda de protestos", disse o apresentador de rádio e ativista Wong Yeung-tat.

À noite, com mais manifestantes chegando ao local, autoridades fecharam a estação de metrô nos arredores.

Na quinta-feira, o governador Leung Cheun-ying abriu a porta para discussões com os estudantes, uma semana após seu governo anular um primeiro diálogo com os manifestantes. Mas o principal grêmio estudantil recebeu a oferta com prudência:

"Vamos ver como reagem as pessoas aqui", declarou Lester Shum, subsecretário-geral da Federação de Estudantes de Hong Kong (HKFS).

A chamada Revolução dos Guarda-chuvas exige, principalmente, o sufrágio universal para a escolha do próximo chefe do Executivo de Hong Kong nas eleições de 2017, algo que o governo central em Pequim, que mantém o controle sobre os candidatos locais, sujeita a condições.

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