Cairo (AE/AP) Pelo menos 20 refugiados morreram na maioria crianças e mais de 50 ficaram feridos quando a polícia egípcia dispersou violentamente um protesto de milhares de sudaneses que exigiam ser removidos para um outro país. Também ficaram feridos 74 policiais que tentavam retirar à força os refugiados da guerra civil do Sudão, país vizinho do Egito, que há cerca de três meses estavam acampados num parque municipal de um bairro afluente do Cairo.
Funcionários de serviços de ambulâncias disseram que haviam levado 20 corpos para um hospital. Um porta-voz do Ministério do Interior confirmou apenas 12 mortes e disse que a causa foi um corre-corre no acampamento. A polícia egípcia usou jato dágua e cassetetes, agindo com brutalidade contra os manifestantes, que resistiram atirando pedaços de pau e garrafas.
Os sudaneses iniciaram o acampamento em protesto contra a recusa da Organização das Nações Unidas (ONU) em considerá-los refugiados. Eles querem ser enviados para um terceiro país, como EUA ou Grã-Bretanha, em vez de voltar para o Sudão, onde um acordo de paz pôs fim a 21 anos de guerra civil.
"A maioria dos refugiados sudaneses foi alvo de violência no Egito. Nós não queremos ficar mais tempo aqui", disse um dos manifestantes, que se identificou apenas como Wilson. Os sudaneses desmontaram seus barracos de plástico e papelão durante a madrugada, mas recusaram-se a deixar a área nos ônibus que iriam levá-los a novos acampamentos. O local foi cercado por aproximadamente 2 mil policiais, segundo testemunhas.
O alto comissário da ONU para refugiados, o ex-primeiro-ministro português Antonio Guterres, qualificou o ocorrido de uma tragédia. "Não há justificativa para tamanha violência e perda de vidas", disse Guterres, num comunicado. A porta-voz da entidade, Astrid Van Genderen Stort, afirmou que a direção havia pedido às autoridades egípcias que encontrassem uma maneira de resolver o impasse pacificamente. A guerra civil do Sudão durou duas décadas e deixou mais de 4 milhões de pessoas sem teto.
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