A polícia francesa conseguiu retirar neste sábado os estudantes que protestavam contra uma nova lei trabalhista da França dentro da Universidade da Sorbonne, em Paris. Os manifestantes estavam dentro da instituição desde quarta-feira e pediam o fim da lei que permite aos patrões demitirem empregados com menos de 26 anos sem justificativa.
A polícia invadiu o prédio às 4h, horário local, e retirou cerca de 200 estudantes. Onze pessoas ficaram feridas, entre elas um fotógrafo, que jogava garrafas e outros objetos na polícia, e um estudante.
Os policiais usaram gás lacrimogêneo e cassetetes para obrigar os jovens a deixar o local. A presença do batalhão de choque gerou cenas de pânico, enquanto alguns estudantes tentaram impedir a passagem dos agentes atirando contra eles mesas, cadeiras, e até escadas.
O ministro do Interior da França, Nicolas Sarkozy, retornou mais cedo de uma viagem à Índia por causa dos protestos. A polícia foi autorizada a invadir o prédio da unversidade já que os estudantes bloquearam praças e ruas aos arredores da Sorbonne.
O protesto contra o Contrato de Primeiro Emprego (CPE) se espalhou por metade das universidades francesas. Na noite de sexta-feira, 600 jovens entraram no prédio histórico da Sorbonne, somando-se à meia centena de companheiros que há dois dias mantinham-se entrincheirados na universidade.
Sindicatos, partidos de esquerda e movimentos estudantis se recusam a aceitar o CPE, criado pelo Executivo de centro-direita de Dominique de Villepin e ratificado na quinta-feira pelo Parlamento, que incentiva a contratação de menores de 26 anos, mas permite sua demissão sem justificativa durante dois anos.
Segundo o primeiro-ministro francês, o CPE permitirá a redução do desemprego, que afeta 23% dos menores de 25 anos. Mas sindicatos e estudantes o consideram prejudicial por favorecer a precariedade, e programaram novas manifestações para os próximos dias 16 e 18.