Quatorze policiais iraquianos desapareceram, e um grupo ligado à Al Qaeda divulgou na sexta-feira fotos de 18 supostos funcionários do Ministério do Interior na província de Diyala que teriam sido sequestrados numa retaliação ao estupro de uma mulher, no mês passado.

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Uma fonte policial disse que os 14 policiais, inclusive um de alta patente, deixaram sua base em Baquba por volta de 11h (5h, no horário de Brasília) de quinta-feira, voltando para suas casas, na localidade de Saadiyet Al Shat, ao norte.

``Desde então ninguém os viu. As famílias estão ligando para eles, mas ninguém pode localizá-los'', disse a fonte na sexta-feira, acrescentando que o grupo se deslocava em carros civis para não chamar a atenção.

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O Ministério do Interior, em Bagdá, disse não ter informações sobre o sequestro dos policiais.

Diyala é uma região habitada por curdos, árabes sunitas e xiitas. A violência é incessante, com chacinas e emboscadas a policiais em delegacias e comboios. Os sunitas da província dizem que a polícia sofre infiltração de milícias xiitas.

O grupo ligado à Al Qaeda disse em uma nota divulgada pela Internet que sequestrou os 18 funcionários do Ministério do Interior, mostrando 18 homens, alguns fardados e alguns à paisana, vendados numa sala. Alguns pareciam ter carteiras de identidade presas às camisas, mas era impossível lê-las.

``Deus permitiu que um grupo de leões do Estado Islâmico no Iraque detivesse 18 afiliados do Ministério do Interior na província de Diyala'', disse a nota, divulgada por um site habitualmente usado por grupos radicais islâmicos, como a sunita Al Qaeda.

``Esta abençoada operação veio em resposta àquilo que esses apóstatas estão fazendo ao combater o povo sunita, e o último desses atos por parte de tais traiçoeiras agências foi o estupro da nossa irmã Sabreen Janabi.''

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Janabi diz ter sido violentada por agentes da polícia local, dominada pelos xiitas. O governo nega as acusações, citando laudos médicos que contrariam a tese do estupro. Um importante partido sunita disse que a mulher é xiita, não sunita, e que Janabi é um nome falso.

Em Bagdá, tropas dos EUA e do Iraque estão envolvidas em uma operação de segurança para conter a violência entre sunitas e xiitas. A tensão sectária foi alimentada no mês passado por relatos do estupro contra a mulher em Bagdá e por outra, de Tal Afar, que diz ter sido violentada por soldados.