Dois agentes da polícia de St.Louis, nos Estados Unidos, mataram nesta terça-feira (19) um homem negro de 23 anos que estava armado com uma faca após supostamente ter furtado mercadorias de uma loja de conveniência.
A morte aconteceu a cinco quilômetros de Ferguson, onde há dez dias ocorrem protestos violentos contra a morte do jovem Michael Brown, 18 anos, que foi baleado por um policial durante uma abordagem no último dia 9.
Segundo o chefe da polícia de St.Louis, Sam Dotson, o homem pegou duas latas de energético e um pacote de biscoitos na loja e saía do estabelecimento sem pagar. O caixa gritou e chamou a atenção para dois policiais que passavam pelo local.
Os gritos também atraíram cerca de cem pessoas, que cercaram os agentes e o suspeito. Dotson diz que, neste momento, o homem negro apontou uma faca para os agentes e começou a agir de forma errática.
Ele se movimentava de um lado para o outro da multidão, segurando a faca com uma mão e com a outra, levantando o cós da calça. O gesto é comumente usado por membros de gangues americanas para desafiar a polícia.
Testemunhas afirmam que algumas pessoas chegaram a gritar a frase "Mãos para o alto! Não atire!", a mesma usada nos protestos contra a morte de Brown. O chefe da polícia afirmou que o suspeito pediu que o matassem.
Na versão de Dotson, os agentes atiraram para o chão, mas o jovem negro teria se movimentado e foi atingido pelas balas. "Uma das testemunhas descreveu a ação como 'um suicídio com o tiro de um policial'", disse o chefe de polícia.
A região foi cercada para facilitar o trabalho da perícia. A polícia também recolheu as imagens das câmeras de segurança da área do crime para contribuir na investigação do incidente.
Tensão
Ainda não há informações sobre a identidade do jovem morto ou se ele tinha alguma relação com os protestos. A nova morte pode elevar a tensão e provocar mais uma noite de protestos violentos como os que vem acontecendo em Ferguson.
Na noite de segunda (18), seis pessoas ficaram feridas - dois civis e quatro policiais - e 31 foram presas durante confrontos. Pela segunda vez, houve registros de armas de fogo entre os manifestantes, que usaram também coquetéis molotov.
As forças de segurança receberam reforço da Guarda Nacional e lançaram bombas de gás lacrimogêneo contra participantes do ato. Testemunhas acusam alguns dos agentes de usarem munição letal.