Centenas de policiais de Nova York deram as costas ao prefeito da cidade, Bill de Blasio, enquanto ele discursava ontem no funeral de um policial morto. Wenjian Liu, de 32 anos, foi assassinado a tiros em seu carro de patrulha em 20 de dezembro com o seu parceiro, Rafael Ramos, de 40 anos. O homem acusado de ser o atirador, que citou as mortes de homens negros desarmados pela polícia americana, tirou a própria vida.
De Blasio, que pediu um intervalo no debate político até depois dos funerais dos policiais, reconheceu as divisões na cidade e pediu um esforço renovado na "compreensão mútua". "Vamos seguir em frente ao reforçar os laços que nos unem e trabalhar juntos para conseguir a paz", afirmou.
Muitos dos policiais que viraram as costas usavam uniformes do Departamento de Polícia de Nova York, embora alguns tenham vindo de fora da cidade. Eles estavam enfileirados na rua e assistiam à cerimônia em telas de televisão do lado de fora da casa funerária com capacidade para cerca de 325 pessoas.
Após o discurso do prefeito, o pai de Liu disse que este era "o dia mais triste" da vida dele. "Você é o melhor filho, o melhor marido. Você também é o nosso melhor policial e nosso melhor amigo", completou.
Sindicatos de polícia da cidade acusaram De Blasio de criar um clima antipolícia. Eles citam comentários do prefeito sobre a necessidade de ter cuidado em encontros com a polícia e seu apoio a manifestantes que protestaram contra a decisão de um grande júri de não condenar um policial envolvido na morte de Eric Garner, um homem negro desarmado que morreu em um confronto com a polícia no ano passado, em Staten Island.
Com o fim das cerimônias fúnebres, espera-se que o prefeito tente reconquistar o apoio da polícia e, ao mesmo tempo, mantenha sua base liberal, que quer mudanças nas políticas de aplicação da lei.