Um policial afegão abriu fogo contra soldados da Grã-Bretanha na volátil província de Helmand, matando cinco deles, informaram autoridades locais e britânicas nesta quarta-feira. O incidente alimenta temores com relação à disciplina entre as forças afegãs de segurança e de possível infiltração de insurgentes nas fileiras do governo. Seis outros soldados britânicos ficaram feridos, bem como dois policiais afegãos. O atirador abriu fogo do topo de um posto de controle.
Os soldados britânicos foram mortos em Nad-e-Ali, um distrito da província de Helmand, no sul do Afeganistão, informou o Ministério da Defesa da Grã-Bretanha. O episódio eleva a 229 o número de soldados britânicos mortos no país. A Grã-Bretanha mantém cerca de 9.000 soldados em solo afegão.
De acordo com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), as circunstâncias e a motivação do ataque ainda não são claras e o caso está sendo investigado por autoridades afegãs e pela Real Polícia Militar do Reino Unido. Também não ficou claro o destino do agressor depois do ataque. Aparentemente, ele conseguiu fugir.
"Nossa avaliação inicial é a de que um policial afegão, possivelmente agindo com o apoio de outro, começou a atirar a partir do posto de controle antes de fugir do local", disse o tenente coronel David Wakefield, porta-voz das forças britânicas no Afeganistão.
O incidente ocorre quase exatamente um mês depois de um policial afegão ter aberto fogo contra soldados americanos, matando dois militares dos Estados Unidos antes de fugir.
As operações e os treinamentos conjuntos de policiais e soldados afegãos são elementos-chave da estratégia da Otan para fazer frente à insurgência imposta pela milícia fundamentalista islâmica Taleban no Afeganistão.
Em Londres, o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Gordon Brown, enviou mensagem de pesar aos familiares dos soldados mortos.
Abdullah critica segurança
O ex-chanceler do Afeganistão Abdullah Abdullah, que foi o principal opositor ao presidente Hamid Karzai nas recentes eleições afegãs, sobre as quais pesam graves acusações de fraude, disse que a contínua violência mostra que a administração Karzai fracassou em trazer a paz ao país, apesar do apoio das tropas ocidentais.
"Levando em conta a presença das forças internacionais no Afeganistão, oito anos de oportunidades de ouro foram perdidos. Vocês estavam aqui, seus soldados estavam aqui e eles fizeram sacrifícios para trazer a paz e a estabilidade ao Afeganistão", disse Abdullah. "Mas mesmo após oito anos nós precisamos de mais tropas. Na ausência de um parceiro legítimo e confiável, mais tropas e recursos" são necessários, disse Abdullah.
O porta-voz da presidência afegã, Humayun Hamidzada, disse que o ataque de hoje foi um incidente isolado. "Esses incidentes podem acontecer em qualquer lugar. O louco que fez isso também atacou policiais afegãos", ele disse à Associated Press. "Você não pode usar esses incidente isolado para dizer que existe um problema com a força policial no Afeganistão. Nos EUA, pessoas atiram nas outras pessoas nos shopping centers. Existe gente louca em qualquer lugar", afirmou. O presidente afegão Karzai emitiu um comunicado no qual condenou a matança e ofereceu pêsames ao povo britânico e às famílias dos soldados.
Número de obras paradas cresce 38% no governo Lula e 8 mil não têm previsão de conclusão
Fundador de página de checagem tem cargo no governo Lula e financiamento de Soros
Ministros revelam ignorância tecnológica em sessões do STF
Candidato de Zema em 2026, vice-governador de MG aceita enfrentar temas impopulares