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A poliomielite pode ser praticamente erradicada no mundo em um prazo de três anos, disse o bilionário filantropo Bill Gates na segunda-feira, acrescentando que irá ampliar seus investimentos no combate à doença que causa a paralisia infantil.

Em entrevista à Reuters, o fundador da Microsoft, dono também de uma fundação que dedica 34 bilhões de dólares principalmente a projetos de saúde em países pobres, disse que ele e outros doadores anunciarão nas próximas semanas novas doações, contribuindo para cobrir uma lacuna de 700 milhões de dólares no financiamento das pesquisas contra a pólio no período 2011/12.

Gates afirmou que as pesquisas consomem cerca de 1 bilhão de dólares por ano.

"Espero que uma parte significativa dessa lacuna seja coberta. Não vamos nos livrar de toda (a falta de verbas) nas próximas duas semanas, mas seria trágico se o financiamento fosse a razão para essa coisa fracassar."

A pólio é endêmica em apenas quatro países -- Índia, Paquistão, Nigéria e Afeganistão --, e houve uma redução de 99 por cento nos casos desde 1988, quando a Organização Mundial da Saúde e seus parceiros formaram a Iniciativa Global de Erradicação da Pólio.

Na época, a doença era endêmica em 125 países e paralisava quase mil crianças por dia. "Não há dúvida de que essa última parte (da luta) é a mais difícil", disse Gates, "mas estamos já no final do jogo."

Gates afirmou que, se houver compromisso dos doadores e dos países envolvidos, dentro de três anos a pólio poderá ser endêmica em apenas um lugar do mundo -- "E aí poderemos focar simplesmente nele", acrescentou.

Gates viaja nesta semana a Abu Dhabi, onde deve anunciar, em conjunto com o príncipe regente, xeque Mohammed bin Zayed al Nahayan, novas verbas para o combate à pólio no Afeganistão e Paquistão.

Outro anúncio de verbas deve ser feito também nesta semana durante a reunião do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

Vários laboratórios produzem vacinas contra a pólio, uma doença viral. A OMS certifica diversas delas para uso nas campanhas de vacinação em crianças de até cinco anos.

Os dados mais recentes mostram que o número de novos casos caiu de cerca de 1.600 em 2009 para 940 em 2010.

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