Um senador democrata estadual de Nova York foi preso nesta terça-feira (2) e acusado de tentar comprar um lugar na chapa republicana para a próxima disputa eleitoral para a prefeitura da cidade, um esforço que os promotores disseram que fazia parte de um amplo escândalo de suborno e refletia a corrupção generalizada na política de Nova York.
Cinco outros políticos, três republicanos e dois democratas, também foram presos e acusados de aceitarem coletivamente mais de 100.000 dólares em propinas em reuniões feitas em estacionamentos, quartos de hotéis e gabinetes, segundo documentos da Justiça.
As autoridades descreveram o esquema --potencialmente, um dos maiores escândalos políticos a atingir Nova York em anos-- como uma tentativa de manipular a primeira eleição em aberto para prefeito da cidade em mais de uma década. Nova York irá escolher um novo prefeito em novembro, antes que o terceiro mandato de Michael Bloomberg termine no final do ano.
As acusações caem sobre o senador estadual Malcolm Smith, um democrata do Queens, que a Promotoria disse que pagou a conselheiros municipais (o equivalente ao vereador brasileiro) para marcar reuniões com importantes republicanos de Nova York que pudessem ajudar a colocá-lo na cédula de votação para prefeito.
Smith e o conselheiro municipal Daniel Halloran, um republicano do Queens, estão entre os seis políticos presos na manhã de terça-feira em ligação com o escândalo de propinas.
As acusações contra os seis incluem suborno, extorsão, escuta clandestina e fraude postal.
"De tempos em tempos surge a pergunta: quão comum é a corrupção em Nova York?" disse o promotor federal de Manhattan Preet Bharara em uma coletiva de imprensa no final da manhã. "Baseado nos casos que desvendamos e continuamos a desvendar, parece totalmente generalizada."