Os poloneses votam neste domingo (4) no segundo turno da eleição presidencial, que ajudará a decidir a velocidade e a abrangência das reformas econômicas e que dará o tom das relações do país com a União Européia (UE) e com a Rússia.
A eleição foi convocada depois que o presidente Lech Kaczynski e muitas outras autoridades morreram num acidente aéreo na Rússia em 10 de abril.
Na votação, se enfrentam Jaroslaw Kaczynski, irmão gêmeo do presidente morto, e Bronislaw Komorowski, candidato de centro, da situação. Jaroslaw é um líder da oposição de direita, que não confia na UE.
A maioria das pesquisas apontam a vitória de Komorowski, que, presidente do Parlamento, se tornou presidente em exercício do país depois da morte de Lech Kaczynski.
No entanto, as pesquisas costumam subestimar o apoio popular a Jaroslaw Kaczynski, que se aproximou do candidato de situação nas últimas sondagens e que no primeiro turno ficou a cinco pontos percentuais de Komorowski.
Os mercados financeiros apóiam Komorowski, esperam que ele trabalhe com o primeiro-ministro Donald Tusk e as políticas de livre-mercado do premiê, que luta contra o déficit e tenta reativar a frágil economia.
Contudo, a fé católica de Kaczynski, a sua oposição a cortes de gastos, a privatizações e a sua desconfiança em relação ao grande capital, à burocracia da UE e à Rússia têm apelo entre os poloneses, principalmente entre os mais velhos e os mais pobres.
"Voto em Kacyznski porque ele é honesto, patriota e fará o melhor para a Polônia", disse o aposentado Ryszard Krysztofik, 80 anos, depois de votar.
Na Polônia, o governo liderado pelo primeiro-ministro estabelece as políticas, mas o presidente pode propor e vetar legislações, indicar autoridades chaves e influenciar nas políticas externa e de segurança.
Investidores temem que Kaczynski bloqueie reformas, assim como o seu irmão fez antes de morrer.
"Somente Kaczynski poder parar os projetos que os tubarões do livre-mercado vão tentar passar", afirmou um eleitor polonês de 38 anos.
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