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O vice-ministro de Interior da Polônia, Marcin Wasik, confirmou nesta quarta-feira (9) que 2 mil soldados serão enviados para a fronteira com Belarus, em vez dos mil anunciados anteriormente.
Em entrevista a uma emissora de TV local, Wasik afirmou que a Comissão de Defesa do Conselho de Ministros fez o pedido de reforço do contingente militar na região, decisão que foi aprovada pelo ministro da Defesa, Mariusz Blaszczak.
Na última quarta-feira, o governo polonês também havia anunciado o envio de 500 policiais de choque e quatro veículos equipados com canhões de água para a fronteira com Belarus, após o aumento das tensões entre os países.
Segundo Wasik, “a pressão [na fronteira] está aumentando e é incomparável com os últimos dois anos, porque as tentativas de travessias ilegais são agora mais organizadas e contam com a ajuda logística dos bielorrussos”.
“Se tivéssemos guardas de fronteira de verdade do outro lado, e não serviços de contrabando, essas travessias não existiriam”, acrescentou.
Desde o final de 2020, gerou-se na fronteira polonesa-bielorrussa uma situação que Varsóvia descreve como uma “guerra híbrida”, com o fluxo de centenas de imigrantes tentando entrar ilegalmente na Polônia com a conivência do regime de Aleksander Lukashenko.
Este fluxo atingiu seu pico neste ano e, desde então, o número de travessias clandestinas vem diminuindo, segundo os escassos dados oficiais disponíveis.
Com a chegada - prevista para as próximas duas semanas - dos reforços, a Polônia terá mobilizado em sua fronteira com Belarus 5 mil guardas de fronteira, 4 mil soldados, cerca de mil policiais e um número variável de voluntários paramilitares da Força de Defesa Territorial.
Além disso, depois de dois helicópteros militares de Belarus terem invadido o espaço aéreo polonês dias atrás, foi ordenada a transferência de vários helicópteros de combate para bases perto da fronteira.
Varsóvia acompanha com preocupação a movimentação de mercenários do Grupo Wagner em território bielorrusso: segundo o Ministério da Defesa polonês, poderia haver entre 4 mil e 8 mil deles em vários pontos do país.
O primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, alertou recentemente que "haverá novas provocações" por parte de Minsk na região e afirmou que, "com a ajuda dos russos, eles estão testando a capacidade de reação da Polônia e seus aliados" da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). (Com informações da Agência EFE)