O presidente da Polônia, Andrzej Duda, disse que seu país está “pronto” para manter armas nucleares de aliados da OTAN no seu território caso a aliança militar do Ocidente tome a decisão de reforçar seu flanco oriental.
“A Rússia está cada vez mais militarizando o oblast de Königsberg [o enclave russo de Kaliningrado, que faz fronteira com a Polônia]. Recentemente, transferiu armas nucleares para Belarus”, justificou Duda numa entrevista publicada na segunda-feira (22) pelo jornal polonês Fakt.
“Se os nossos aliados decidirem alocar armas nucleares também no nosso território como parte da partilha nuclear, a fim de reforçar a segurança do flanco oriental da OTAN, estamos prontos para isso”, disse o presidente polonês.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia reagirá se armas nucleares forem alocadas na Polônia.
“As forças armadas irão, naturalmente, analisar a situação se tais planos forem implementados e, em qualquer caso, farão tudo o que for necessário, [tomarão] todas as medidas retaliatórias necessárias para garantir a nossa segurança”, disse Peskov.
Em setembro do ano passado, a Polônia anunciou que não enviaria mais ajuda militar à Ucrânia para a guerra contra a Rússia. Entretanto, desde que o novo primeiro-ministro, Donald Tusk, chegou ao cargo em dezembro, ele tem buscado uma reaproximação com Kiev.
Nesta segunda-feira, Tusk disse que a Polônia não tem no momento condições de enviar novos sistemas de defesa aérea Patriot para a Ucrânia, uma reivindicação do presidente Volodymyr Zelensky, mas afirmou que Varsóvia “continuará ativa” no envio de outras armas para Kiev.
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