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Líderes mundiais se encontram no 53º Fórum Econômico Mundial (FEM), nesta semana, em Davos, na Suíça. No evento, os principais assuntos debatidos são das áreas de economia e meio ambiente. Nos bastidores e nas redes sociais, são levantadas críticas sobre os discursos dos líderes e o formato do evento.
Emissões poluentes de jatos particulares
Enquanto lobistas, chefes corporativos e líderes políticos se dirigem ao Fórum Econômico Mundial 2023, uma nova análise encomendada pelo Greenpeace Internacional revela a "hipocrisia ecológica" de seus participantes. Embora o FEM afirme estar comprometido com a Meta Climática de Paris de 1,5°C, seus participantes chegam em massa de jatos particulares.
No ano passado, as emissões de jatos particulares quadruplicaram quando 1.040 aviões entraram e saíram dos aeroportos de Davos durante a reunião do Fórum Econômico Mundial. A consultoria ambiental holandesa CE Delft calculou que, durante o encontro do ano passado, as emissões de CO2 de jatos particulares foram quatro vezes maiores do que em uma semana média.
Aumento da prostituição
O jornal britânico Daily Mail questionou a intenção de líderes mundiais ao debater o fim da prostituição, tendo em vista que, durante os encontros em Davos, prostitutas de diferentes regiões da Europa viajam até a cidade do evento para encontrar lobistas e chefes que participam das reuniões.
Críticas à filosofia do fundador do evento
O fundador do Fórum, Klaus Schwab, repetiu, durante seu discurso, sobre a “grande reinicialização” (The great reset), que se tornou tema de um livro que ele escreveu com o francês Thierry Malleret e que deu nome ao encontro mundial em 2020.
No Twitter, o escritor americano Michael Shellenberger lembrou a tese do fundador, opinando que ela tem o objetivo de "despojar as massas de sua propriedade privada, desindustrializar a economia e fazer com que todos comam insetos (em vez de carne)".
Shellenberger comentou também sobre uma publicação do diretor administrativo do Fórum Econômico Mundial, Adrian Monck, em agosto passado: “Não seja dono de nada, seja feliz”. A publicação levantou críticas nas redes sociais e estava relacionada a um texto postado no site do Fórum de um membro do parlamento dinamarquês. “Não possuo nada, não tenho privacidade e a vida nunca foi melhor”, afirmava o artigo. Depois da reação ao texto, ele foi retirado do ar.
China diz que "se abrirá cada vez mais ao mundo"
Em discurso na Suíça, o vice-primeiro-ministro da China, Liu He, disse nesta terça-feira (17) que o país "vai se abrir cada vez mais para o mundo" após o desmantelamento da política de Covid Zero", que prejudicou gravemente a atividade econômica chinesa devido a restrições e confinamentos rigorosos.
"A China vai se abrir cada vez mais para o mundo. Vamos nos concentrar na expansão da demanda interna, mas vamos manter as cadeias de abastecimento funcionando e atrair investimentos estrangeiros para impulsionar o setor privado", reforçou Liu em seu discurso em Davos.
Liu ressaltou o crescimento de 3% da China no ano passado, que ele disse ter "preservado a estabilidade dos empregos e das empresas". "Vamos nos concentrar em expandir a demanda interna e reequilibrar a economia. Estamos confiantes de que até 2023 o crescimento da China voltará à sua tendência de crescimento habitual. Esperamos que a economia melhore", disse.
O político acrescentou que "a China vai se opor ao unilateralismo e ao protecionismo" e quer "promover a concorrência justa, opondo-se aos monopólios".
Europa x indústria verde e China
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, denunciou nesta terça-feira (17) em Davos “tentativas agressivas” destinadas a atrair indústrias da Europa, em particular as relacionadas com energias limpas, “para a China e outros lugares”. Ela atacou especialmente a China, mas também lembrou as "preocupações" despertadas na Europa pelo grande plano de investimentos para o clima do presidente americano Joe Biden, que prevê o apoio para empresas sediadas nos Estados Unidos Estados no setor de veículos elétricos ou energia renovável.
"A China incentiva abertamente as empresas com uso intensivo de energia localizadas na Europa e em outros lugares a realocar toda ou parte de sua produção para seu território. Eles prometem um bom mercado de energia, custos trabalhistas mais baixos e uma regulamentação mais flexível. Ao mesmo tempo, a China subsidia massivamente sua indústria e restringe o acesso ao seu mercado para empresas da UE”, pontuou Ursula.