Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Laboratório

Poluição pode afetar o cérebro e causar até depressão

Pedestres com máscaras em Moscou, devido à fumaça de incêndio, que aumentou a poluição do ar | Natalia Kolesnikova/AFP
Pedestres com máscaras em Moscou, devido à fumaça de incêndio, que aumentou a poluição do ar (Foto: Natalia Kolesnikova/AFP)

A exposição prolongada à poluição pode danificar o cérebro e causar problemas de apren­­dizagem, memória e até de­­pres­­são, indica um estudo feito com camundongos, publicado na revista Molecular Psychiatry. A pesquisa é uma das primeiras a observar o impacto de polu­­entes no cérebro.

Uma das autoras do estudo, Laura Fonken, da Universidade de Ohio, nos EUA, diz que a descoberta pode ter implicações im­­portantes para pessoas que vi­­vem e trabalham em áreas ur­­banas poluídas. "Os resultados su­­gerem que a poluição pode ter efeitos ne­­gativos visíveis so­­bre o cérebro, o que pode levar a uma série de problemas de saúde", diz. Fonken e seus colegas dividiram os roedores do experimento em dois grupos: um foi exposto a ar puro, enquanto o outro respirou ar poluído, durante seis horas diárias, cinco vezes por semana, de abril de 2009 a janeiro de 2010. Os pesquisadores tentaram recriar a concentração de poluentes em algumas áreas urbanas, com partículas de 2,5 micrôme­­tros (milésimos de milímetro), que podem chegar a áreas profundas dos órgãos do corpo.

Passados dez meses, os ca­­mun­­dongos foram submetidos a testes de aprendizagem e memória no laboratório. De­­pois de cinco dias de treinamento, eles foram colocados em uma área muito iluminada.

Os animais tinham dois mi­­nutos para encontrar um buraco escuro, onde se sentem mais confortáveis. Aqueles que respiraram o ar poluído levaram mais tempo para saber onde estava o buraco. Em outro ex­­perimento, os camundongos expostos ao ar poluído apresentaram níveis mais altos de de­­pressão e ansiedade que os demais.

Corrida armamentista

Em 1952, o físico Ernest O. Lawrence reuniu um grupo de jovens cientistas para projetar armas que fossem radicalmente diferentes daquelas sendo feitas no Los Alamos National Laboratory, no Novo México – o principal laboratório de armas nucleares do país. O Lawrence Livermore National Laboratory, como foi chamado o grupo de pesquisa, era o "segundo laboratório", criado para competir com Los Alamos e desenvolver novas ideias.

Sybil Francis pesquisou o histórico do programa de armas nucleares do país em meados da década de 1990. Sua tese de doutorado foi sobre o sistema competitivo de produção de armas. Em sua pesquisa original, ela descobriu uma coleção de velhas fotografias que revelavam a abordagem casual que prevalecia na criação de armas em Livermore, um grande contraste em relação à cultura formal e burocrática, estilo "segurança nacional", característica de Los Alamos.

Para ela, a rivalidade entre os laboratórios teve um papel essencial no surgimento dos mísseis balísticos intercontinentais, que exigiam armas mais leves e poderosas.

"Não é um exagero dizer que a competição entre os laboratórios foi tão importante quanto a competição entre EUA e União Soviética, se não mais importante, para orientar a inovação na corrida armamentista", disse. Embora a duplicação de pesquisas dentro do governo seja geralmente vista como um desperdício, Francis está explorando a ideia de que a competição intragovernamental possa ter sido encorajada para estimular a inovação tecnológica. Segundo ela, a competição criada entre Los Alamos e Livermore pode servir como modelo para pesquisas científicas nacionais e iniciativas de desenvolvimento no futuro.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.