A exposição prolongada à poluição pode danificar o cérebro e causar problemas de aprendizagem, memória e até depressão, indica um estudo feito com camundongos, publicado na revista Molecular Psychiatry. A pesquisa é uma das primeiras a observar o impacto de poluentes no cérebro.
Uma das autoras do estudo, Laura Fonken, da Universidade de Ohio, nos EUA, diz que a descoberta pode ter implicações importantes para pessoas que vivem e trabalham em áreas urbanas poluídas. "Os resultados sugerem que a poluição pode ter efeitos negativos visíveis sobre o cérebro, o que pode levar a uma série de problemas de saúde", diz. Fonken e seus colegas dividiram os roedores do experimento em dois grupos: um foi exposto a ar puro, enquanto o outro respirou ar poluído, durante seis horas diárias, cinco vezes por semana, de abril de 2009 a janeiro de 2010. Os pesquisadores tentaram recriar a concentração de poluentes em algumas áreas urbanas, com partículas de 2,5 micrômetros (milésimos de milímetro), que podem chegar a áreas profundas dos órgãos do corpo.
Passados dez meses, os camundongos foram submetidos a testes de aprendizagem e memória no laboratório. Depois de cinco dias de treinamento, eles foram colocados em uma área muito iluminada.
Os animais tinham dois minutos para encontrar um buraco escuro, onde se sentem mais confortáveis. Aqueles que respiraram o ar poluído levaram mais tempo para saber onde estava o buraco. Em outro experimento, os camundongos expostos ao ar poluído apresentaram níveis mais altos de depressão e ansiedade que os demais.
Corrida armamentista
Em 1952, o físico Ernest O. Lawrence reuniu um grupo de jovens cientistas para projetar armas que fossem radicalmente diferentes daquelas sendo feitas no Los Alamos National Laboratory, no Novo México o principal laboratório de armas nucleares do país. O Lawrence Livermore National Laboratory, como foi chamado o grupo de pesquisa, era o "segundo laboratório", criado para competir com Los Alamos e desenvolver novas ideias.
Sybil Francis pesquisou o histórico do programa de armas nucleares do país em meados da década de 1990. Sua tese de doutorado foi sobre o sistema competitivo de produção de armas. Em sua pesquisa original, ela descobriu uma coleção de velhas fotografias que revelavam a abordagem casual que prevalecia na criação de armas em Livermore, um grande contraste em relação à cultura formal e burocrática, estilo "segurança nacional", característica de Los Alamos.
Para ela, a rivalidade entre os laboratórios teve um papel essencial no surgimento dos mísseis balísticos intercontinentais, que exigiam armas mais leves e poderosas.
"Não é um exagero dizer que a competição entre os laboratórios foi tão importante quanto a competição entre EUA e União Soviética, se não mais importante, para orientar a inovação na corrida armamentista", disse. Embora a duplicação de pesquisas dentro do governo seja geralmente vista como um desperdício, Francis está explorando a ideia de que a competição intragovernamental possa ter sido encorajada para estimular a inovação tecnológica. Segundo ela, a competição criada entre Los Alamos e Livermore pode servir como modelo para pesquisas científicas nacionais e iniciativas de desenvolvimento no futuro.