Uma das principais passagens fronteiriças entre Argentina e Uruguai será aberta por 60 dias a partir do próximo sábado depois de mais de três anos de bloqueio, disseram na quarta-feira manifestantes que a fecharam em protesto pela instalação de uma fábrica de celulose na fronteira.
Os manifestantes, reunidos do lado argentino da ponte binacional General San Martín, que cruza o rio Uruguai unindo a província de Entre Rios com o Uruguai, exigem que os governos de ambos os países negociem um sistema de monitoramento conjunto da fábrica, suspeita de contaminar o rio.
"No próximo sábado às 13 horas iniciamos o suspensão por 60 dias, no dia 19", disse um dos porta-vozes dos manifestantes, depois de uma assembleia na qual a maioria dos participantes votou para negociar com o governo.
Na votação, 402 manifestantes apoiaram o levantamento do bloqueio e 315 votaram contra.
"Quero dizer ao mundo que (a fábrica de celulose da) Botnia contamina, não com nossa voz, mas com a tecnologia mais avançada", disse Juan Veronesi, um dos manifestantes.
Há mais de 3 anos, os manifestantes mantêm bloqueada a comunicação terrestre com Uruguai devido à fábrica que segundo eles, contamina o rio Uruguai, limítrofe entre as duas nações.
A instalação da fábrica provocou um desacordo bilateral entre as nações vizinhas na qual interveio o Tribunal Internacional de Haia.
A corte internacional determinou em abril que o Uruguai violou artigos de um tratado bilateral sobre o rio, mas permitiu que a fábrica continuasse funcionando por falta de elementos que provassem a contaminação.
O aviso dos manifestantes chega depois que um juiz argentino os ordenou a desistir de sua postura e depois de o governo da presidente Cristina Fernández Kirchner registrar demandas judiciais contra alguns deles, pois o protesto teria causado perdas e dificuldades ao comércio, impedimento também o livre trânsito.
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