Grupos de pessoas incendiaram dez caminhões no Paquistão e explodiram parte de uma ponte perto de Landi Kotal, cidade próxima da célebre Passagem de Khyber, principal rota de abastecimento das forças militares norte-americanas que operam no Afeganistão, informou nesta quarta-feira Fazl Rabi, autoridade do governo local. O aumento de ataques ao sistema de transporte e comboios que seguem para bases ao longo da fronteira intensifica as dúvidas sobre o poder do Paquistão em proteger estradas, em um período em que os Estados Unidos se preparam para enviar mais cerca de 30 mil soldados ao Afeganistão este ano.
Os veículos foram incendiados quando estavam estacionados. Eles retornavam do Afeganistão e não há informações de que carregavam produtos para as tropas estrangeiras. Autoridades dos EUA negaram preocupações de que alimentos ou combustíveis para os militares estejam acabando, apesar da pressão nas linhas de fornecimento. As forças norte-americanas estocam o suficiente para 60 a 90 dias, para o caso de a cadeia de oferta ser prejudicada.
A rota pela Khyber foi interrompida quando militantes detonaram ontem uma bomba que destruiu uma ponte ao longo de um desfiladeiro rochoso perto da passagem. A ponte ficou contorcida e caiu parcialmente. Segundo Bakhtiar Khan, outra autoridade do governo local, engenheiros do Exército paquistanês estão trabalhando no local para que a via seja reaberta nesta quinta-feira.
Cerca de 75% do fornecimento norte-americano para o Afeganistão ocorre via Paquistão e a garantia de rotas eficientes e seguras para o país se tornou uma importante prioridade para autoridades dos EUA. Com o fortalecimento de militantes do Taleban nos dois lados da fronteira, autoridades norte-americanas e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) procuram rotas alternativas através da Ásia Central.
Sequestro
Ainda no Paquistão, militantes sequestraram aproximadamente 30 policiais e autoridades paramilitares depois de cercarem uma delegacia no Vale do Swat, área no nordeste do país que costumava atrair turistas, mas que agora é cada vez mais controlada por insurgentes.