Em meio à incerteza das notícias oficiais, os cubanos na sexta-feira discutem e até fecham apostas sobre a presença do presidente Fidel Castro no desfile militar de sábado, que comemora os 50 anos do início da Revolução e os 80 anos de vida do próprio ``comandante''.

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Fidel não aparece em público desde que transferiu o poder provisoriamente a seu irmão Raúl, em 31 de julho, devido a uma doença não revelada.

``Não posso predizer nada. É preciso esperar e confiar em que se recupere o mais prontamente possível'', disse o ministro da Cultura, Abel Prieto, durante a abertura da exposição do falecido pintor equatoriano Oswaldo Guayasamín, para quem Fidel posou várias vezes no passado.

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``Que ele não possa estar nesta homenagem nos entristece, mas, por outro lado, você percebe que, embora fisicamente não esteja totalmente recuperado, em termos intelectuais é o Fidel de sempre'', afirmou.

Fidel Castro Díaz-Balart, filho mais velho de Fidel, não colaborou para dissipar as dúvidas. ``Não há nada tão difícil como predizer o futuro'', afirmou a jornalistas.

Fidel completou 80 anos em 13 de agosto, e a seu próprio pedido as comemorações foram adiadas para dezembro. Ele não compareceu nos primeiros eventos das festividades, mas as autoridades dizem que a vigência das suas idéias é mais importante que sua presença física.

Na sexta-feira chegou a Havana o presidente da Bolívia, Evo Morales, levando um bolo de folhas de coca para Fidel. Também desembarcou o presidente eleito da Nicarágua, Daniel Ortega, outro aliado do líder cubano. Cerca de 1.500 simpatizantes de todo o mundo participaram nesta semana de uma conferência sobre o legado de Fidel, que para muitos é a última lenda da esquerda mundial.

Nos últimos quatro meses, a imprensa estatal mostra esporadicamente fotos e vídeos do Fidel convalescente. Na última imagem, em 28 de outubro, ele caminhava lentamente por seu quarto, lia jornais e desmentia rumores sobre sua morte.

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A socióloga Mariela Castro, filha de Raúl, disse na quinta-feira que a família recomendou a seu tio que ficasse em casa para terminar de se recuperar.

Nas ruas de Havana, começam a correr apostas sobre esse assunto. ``Ele não vai poder ficar mal com os convidados'', disse Luis Alberto, que apostou 1.200 pesos cubanos (cerca de 50 dólares), mas não disse em qual alternativa.