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A iminente chegada do ciclone Yasi em Queensland, na Austrália, fez com que milhares de pessoas fugissem da rota prevista do fenômeno na costa nordeste do país. O estado recentemente foi afetado por enchentes que mataram ao menos 25 pessoas e causaram prejuízos estimados em US$ 20 bilhões. A primeira-ministra do estado de Queensland, Anna Bligh, advertiu nestq quarta para um "evento assustador e catastrófico". Nesta quarta-feira, o ciclone foi elevado para a categoria 5, a maior na classificação desses fenômenos. "Este é o ciclone mais sério e destrutivo que se pode ter", disse Bligh.

Pacientes de hospitais e idosos foram retirados da cidade de Cairns por causa do ciclone, que, segundo as previsões, pode ser o pior na região desde 1918. A estimativa é de que os ventos cheguem a 295 quilômetros por hora e ameacem a costa, famosa por ficar próxima da Grande Barreira de Corais, a maior do mundo.

O Yasi deve chegar à costa entre a comunidade rural de Innisfail, 90 quilômetros ao sul da cidade turística de Cairns, e a cidade costeira de Cardwell, mais ao sul, no fim da noite desta quarta (horário local). A previsão é de que a chuva depositada pelo fenômeno chegue aos 700 milímetros.

O fenômeno chega a Queensland no momento em que os moradores ainda se recuperam das enchentes, que transformaram três quartos do estado em área de desastre, incluindo a capital, Brisbane, além de interromperem os cruciais portos para importação de carvão e terem fechado temporariamente algumas minas.

Hoje, Bligh pediu que as pessoas em terras baixas se mudem para outros locais mais altos, advertindo para o risco de enchentes. "Não se importem em fazer as malas, apenas sigam para um lugar seguro." Ela disse que 26 mil pessoas fugiram de suas casas antes da chegada do ciclone, incluindo 10.680 pessoas que buscaram abrigos em 20 centros entre Cairns e a cidade de Townsville, 350 quilômetros ao sul. A premiê advertiu para o risco de problemas no fornecimento de energia por causa do ciclone. O fenômeno deve ainda afetar as comunicações de entre 150 mil e 200 mil pessoas.

Estragos

O Escritório de Meteorologia do governo australiano afirmou em comunicado que o ciclone Yasi "representa um risco extremamente sério à vida e à propriedade". "Seu impacto deve envolver muito mais risco de vida que qualquer outro ocorrido nas últimas gerações", afirmou o órgão.

O ciclone Yasi já destruiu um radar do escritório meteorológico e equipamentos de medição em Willis Island, 450 quilômetros a leste de Cairns. Ele é maior que o ciclone Larry, de categoria 4 que atingiu a região em 2006 e destruiu o setor bananeiro e plantações de cana-de-açúcar, causando prejuízos de cerca de US$ 1,5 bilhão. O Australia and New Zealand Banking Group advertiu em nota hoje que os prejuízos do Yasi devem ser maiores que os do ciclone Larry.

A barreira de corais é uma atração turística da região. O professor Ove Hoegh-Guldberg, da Universidade de Queensland, disse que deve haver alguns estragos nos corais pelo ciclone, mas eles se recuperarão. "Se você tem um recife saudável, o estrago dos ciclones é parte dos ciclos naturais", notou o especialista. As informações são da Dow Jones.

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