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Projeção demográfica

População mundial não vai superar 9 bilhões de pessoas em 2050, diz estudo

Quase 2.000 alunos formam uma cadeia humana de decimais do número pi (3,141592") no dia 14 de março de 2023, em Sevilha, Espanha, para celebrar o Dia Internacional da Matemática. (Foto: EFE/Julio Muñoz)

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Uma nova projeção estima que a população mundial pode chegar, no máximo, a nove bilhões de pessoas em meados deste século, um número significativamente inferior às últimas estimativas demográficas de destaque, incluindo as da ONU.

O estudo vai além e afirma que se o mundo der um “salto gigante” no investimento em desenvolvimento econômico, educação e saúde, a população mundial poderá chegar a um máximo de 8,5 bilhões de pessoas em 2050.

As novas projeções constam em um estudo da iniciativa Earth4All para a Global Challenges Foundation.

Para fazer essas projeções, a equipe de pesquisa usou um novo modelo de dinâmica de sistemas com dois cenários neste século.

No primeiro, o mundo continuaria se desenvolvendo economicamente como nos últimos 50 anos, e muitos dos países mais pobres sairiam da pobreza extrema.

Nesse cenário, os pesquisadores calculam que a população mundial pode atingir o pico de 8,6 bilhões em 2050, antes de cair para sete bilhões em 2100.

No segundo cenário, os pesquisadores estimam que a população chegará a 8,5 bilhões de pessoas por volta de 2040, no máximo, e depois ela diminuiria para cerca de seis bilhões até o final do século.

Mas isso só seria alcançado, segundo a pesquisa, "por meio de investimentos sem precedentes" para aliviar a pobreza — particularmente em educação e saúde — juntamente com uma mudança extraordinária nas políticas de segurança alimentar e energética, desigualdade e igualdade de gênero.

Nesse cenário, a pobreza extrema desapareceria em uma geração (até 2060), com forte impacto nas tendências demográficas globais.

"Sabemos que o rápido desenvolvimento econômico dos países de baixa renda tem um enorme impacto nas taxas de fertilidade", disse Per Espen Stoknes, chefe do Projeto Earth4All e diretor do Centro de Sustentabilidade da Norwegian Business School.

“Poucos modelos líderes simulam simultaneamente o crescimento demográfico, o desenvolvimento econômico e suas conexões”, acrescentou Beniamino Callegari, membro da equipe de modelagem da Earth4All.

A análise levou em conta dez regiões do mundo, incluindo África subsaariana, China e Estados Unidos.

A equipe também analisou a conexão entre a população e o alcance dos limites planetários, ligados à capacidade de carga da Terra.

De acordo com a equipe autora do estudo, o tamanho da população não é o principal fator para ultrapassar os limites planetários, como a crise climática, mas o aumento que está desestabilizando o planeta são os altíssimos níveis de pegada de carbono dos 10% mais ricos do mundo.

"O principal problema da humanidade é o consumo luxuoso de carbono e biosfera, não a população. Os lugares onde as populações estão crescendo mais rapidamente têm pegadas ambientais extremamente pequenas por pessoa em comparação com lugares que atingiram o pico populacional há muitas décadas", disse Jorgen Randers, da Earth4All.

Segundo as projeções demográficas da equipe, toda a população poderia alcançar condições de vida acima do nível mínimo das Nações Unidas sem mudanças significativas nas atuais tendências de desenvolvimento.

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