A população mundial deve superar os 7 bilhões em 31 de outubro, e pode chegar aos 10 bilhões até o fim do século, segundo um relatório divulgado na terça-feira pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O texto prevê também que a população global em meados do século será maior do que na previsão anterior, feita há dois anos -- deve chegar a 9,31 bilhões, em vez de 9,15 bilhões. Isso ocorre devido a uma menor mortalidade e maior natalidade do que o previsto.
A data de 31 de outubro para chegar à marca dos 7 bilhões se baseia em cálculos das tendências atuais, mas Hania Zlotnik, chefe da divisão populacional do departamento econômico da ONU, disse que isso deve ser visto "com um pé atrás."
Apesar disso, o Fundo Populacional da ONU pretende iniciar em 24 de outubro uma contagem regressiva com uma série de eventos. O mundo chegou aos 6 bilhões de habitantes em 1998, e em 1.º de julho de 2010 tinha 6,89 bilhões.
O relatório projeta que haverá 10,1 bilhões de pessoas no planeta em 2100 -- é a primeira vez que a ONU faz uma estimativa com tanta antecedência. Se a taxa média de fertilidade for de meio filho a mais por mulher, seria o suficiente para chegar a quase 16 bilhões até o fim do século.
Funcionários da ONU disseram que seus dados se baseiam na premissa de que a taxa de fertilidade irá se estabilizar ao longo do século. Numa entrevista coletiva, porém, Zlotnik disse que "a estabilização da população não nos parece muito provável neste momento."
As nações precisam encontrar um equilíbrio entre a fertilidade alta, com um crescimento populacional que sobrecarrega os recursos, principalmente alimentícios, e a baixa fertilidade, que leva ao envelhecimento populacional e abala os serviços sociais, como já vem acontecendo em alguns países europeus.
"Todos os países vão envelhecer se suas populações não explodirem ainda mais do que estão explodindo agora," disse Zlotnik.
Outra fonte da ONU, Gerhard Heilig, disse na entrevista coletiva que a população da China, atualmente em cerca de 1,34 bilhão, vai recuar a menos de 1 bilhão até 2100. A Rússia deve cair dos atuais 143 milhões para 126 milhões em 2050, e para 111 milhões até o fim do século.
Para Babatunde Osotimehin, chefe do Fundo Populacional da ONU, as novas cifras globais "salientam a urgente necessidade de fornecer um planejamento familiar seguro e eficaz às 215 milhões de mulheres que não têm acesso a ele."
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