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As grandes cidades estão injustamente levando a fama pela emissão de gases do efeito estufa, embora suas taxas de emissão sejam bem inferiores às respectivas médias nacionais, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira pelo Instituto Internacional para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento.

São Paulo e Rio de Janeiro, únicas cidades sul-americanas analisadas, têm emissões de carbono substancialmente inferiores à média brasileira, que é elevada por causa do desmatamento e da produção pecuária, de acordo com o estudo.

O relatório analisou apenas a poluição gerada diretamente pela cidade, descontando o resultado da produção dos bens consumidos por seus habitantes. Os cientistas dizem que a emissão de carbono por atividades humanas é a principal razão para o aquecimento global.

"Embora a concentração de pessoas, empresas, veículos e lixo nas cidades seja habitualmente vista como um 'problema', as altas concentrações populacionais também podem trazer uma variedade de vantagens para a gestão ambiental", disse o relatório, que reúne estudos publicados nos últimos 13 anos.

"Os verdadeiros culpados da mudança climática não são as cidades propriamente ditas, mas os estilos de vida com consumo elevado das pessoas que vivem em todos esses países ricos", disse David Dodman, autor do relatório.

Ele analisou as emissões per capita de grandes cidades na Europa, na Ásia e nas Américas. Londres, por exemplo, emitiu em 2006 44,3 milhões de toneladas de CO2, ou 8 por cento do total nacional. Mas a emissão per capita da metrópole de 7 milhões de pessoas ficou em "apenas" 6,18 toneladas, ou 55 por cento abaixo da média de 2004 no Reino Unido, 11,19 toneladas.

Já Nova York tinha em 2005 uma emissão per capita de 7,1 toneladas de carbono, enquanto em 2004 a média por norte-americano havia sido mais do que o triplo - 23,92 toneladas.

O estudo diz que Nova York mantém uma média relativamente baixa porque a cidade tem prédios muito adensados, moradias em geral pequenas e um uso intensivo dos transportes coletivos.

Já Washington, que tem muitos prédios públicos em comparação com uma população metropolitana relativamente pequena, ficou com uma emissão per capita mais próxima da média nacional, 19,7 toneladas.

As únicas cidades a contrariarem a regra foram centros industriais como Pequim e Xangai. "Muitos processos industriais poluidores e carbono-intensivos não são mais localizados na Europa e América do Norte, (e sim) situados em outros lugares do mundo para tirar vantagem dos custos trabalhistas menores e da fiscalização ambiental menos rígida", disse o relatório.

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