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“[Sou um] social-liberal à francesa”, diz Valls, de 51 anos | Stephane Mahe/Reuters
“[Sou um] social-liberal à francesa”, diz Valls, de 51 anos| Foto: Stephane Mahe/Reuters

Origem

Manuel Valls nasceu em 13 de agosto de 1962

Família

É filho do pintor catalão Xavier Valls e da italiana Luisangela Galfetti. É também sobrinho-neto de Manuel Valls i Gorina, compositor do hino do Barcelona, seu time de futebol do coração.

Política

Após emigrar para a França na adolescência, começou muito jovem a militar em movimentos de esquerda e, aos 17 anos, filiou-se ao Partido Socialista, embora não obtivesse a nacionalidade francesa até os 20 anos, o que o impediu de votar, em 1981, em François Mitterrand, primeiro presidente socialista da França.

Afinidade

Sua entrada no partido, quando era estudante de história, se deveu à afinidade que tinha com a linha centrista defendida pelo ex-premiê Michel Rocard, que contrastava com o esquerdismo de Mitterrand.

Ministro

Com apenas 26 anos, em 1988, foi nomeado por Rocard ministro de Relações com o Parlamento. Valls voltou ao governo em 1997 por meio do então primeiro-ministro Lionel Jospin, que o escolheu como conselheiro para a Comunicação e a Imprensa.

Prefeito

Após fracassar em uma primeira tentativa de se eleger deputado em 1997, foi eleito prefeito de Evry em 2001 e entrou na Assembleia Nacional no ano seguinte.

Natural de Barcelona, na Espanha, Manuel Valls, de 51 anos, foi nomeado ontem o novo primeiro-ministro da França, após conquistar enorme popularidade nos dois últimos anos, nos quais o político, da ala mais liberal do Partido Socialista (PS), trabalhou como ministro do Interior.

Valls, que se define como um "social-liberal à francesa" e partidário da "terceira via" do ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair, tomará as rédeas do governo francês no lugar de Jean-Marc Ayrault, que apresentou sua demissão e a de seu governo ao presidente François Hollande também ontem, um dia depois da derrota histórica do PS nas eleições municipais.

Ideologicamente distantes apesar de estarem no mesmo partido, Valls e Hollande se aproximaram na campanha presidencial de 2012.

Seu conhecimento dos bairros mais carentes e sua gestão da segurança em Evry, nos arredores de Paris, lhe garantiram méritos para exercer o cargo de ministro do Interior, posto no qual conseguiu se tornar o político mais bem avaliado de um governo impopular.

Nesse gabinete, encarnou os valores mais conservadores do PS, concentrando-se na luta contra a criminalidade com a criação de zonas de segurança especiais e multiplicando suas aparições perante a imprensa.

Em 2007, Valls esteve a ponto de entrar no primeiro governo do conservador Nicolas Sarkozy, que desejava integrar políticos de esquerda em seu projeto de "abertura", mas preferiu se submeter à disciplina do partido, embora não tenha abandonado a linha crítica com a direção do PS francês.

O deputado se apoiou em sua crescente popularidade dentro de sua circunscrição e de sua cidade para conseguir notoriedade no âmbito nacional.

Um exemplo de seu protagonismo na atualidade política é a guerra que empreendeu contra o polêmico comediante Dieudonné e suas reiteradas piadas contra a comunidade judaica.

Valls saiu vitorioso dessa batalha, e Dieudonné, discreto nos últimos meses, tenta saldar agora suas dívidas pendentes com o fisco pelas diversas condenações por declarações antissemitas.

A designação à frente do Ministério do Interior colocou Valls como uma das figuras mais visíveis da equipe do presidente François Hollande. Ele não desperdiçou a oportunidade e se tornou o substituto perfeito do primeiro-ministro.

A gestão como "primeiro-policial da França" desagradou os ecologistas, que formam coalizão com os socialistas e ameaçavam abandonar o governo se Valls assumisse o comando.

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