A aprovação ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disparou 10 pontos entre julho e setembro e alcançou 58,9 por cento em meio às incertezas sobre o câncer que ele enfrenta, mostrou uma pesquisa de um respeitado instituto de sondagens.
A intenção de voto em Chávez, que garante que já está recuperado do câncer do qual foi operado em junho, em Cuba, alcançou 40 por cento em setembro em comparação a 31 por cento em julho, informou na terça-feira o Datanálisis, que não forneceu detalhes técnicos da pesquisa.
Chávez espera estender em outubro de 2012 por mais seis anos seu mandato iniciado em 1999, e enfrentará nas urnas o candidato da oposição que ganhar as eleições primárias previstas para fevereiro.
Mas a pesquisa revelou que nem tudo está bem para Chávez. Apesar do salto em sua avaliação e intenção de voto, a maioria dos venezuelanos não apoiaria uma reeleição do militar aposentado de 57 anos, cujo governo lida com a crescente criminalidade, falta de moradias e inflação acelerada.
"Apesar do aumento da aprovação da gestão de (Chávez), 6 de cada 10 venezuelanos prefeririam que o presidente não fosse reeleito", disse o diretor da empresa de pesquisa, Luis Vicente León, em mensagem no Twitter.
Ele ressaltou que a forma como o governo gerenciou a comunicação sobre a doença do presidente Chávez "foi favorável" a ele, apesar dos rumores permanentes sobre que tipo de câncer ele sofre e supostas reações adversas aos ciclos de quimioterapia.
Em agosto, três empresas de pesquisa asseguraram que a popularidade de Chávez subiu após ele anunciar que sofria de câncer, mas advertiram que isso poderia diminuir à medida que a doença passasse para o segundo plano no calor da campanha presidencial de 2012.
O presidente disse que seu aumento nas pesquisas mostra que as pessoas sabem escolher entre o amor de sua revolução socialista e o plano de ódio que, segundo ele assegura, a oposição implementará se chegar ao poder.
"Somos espontâneos, transparentes... também cometemos erros, somos humanos, mas não há um sinal de ódio em nossa alma e isso se vê nos olhos", afirmou ele por telefone à televisão estatal.
A pesquisa também revelou que, entre os eleitores conhecidos como "nem-nem", que nem apoiam Chávez e nem a oposição e que serão essenciais para resolver a disputa eleitoral em uma Venezuela polarizada, a avaliação positiva do presidente cresceu 14 pontos.
O Barclays Capital afirmou que o desafio de Chávez é manter em alta a popularidade até a votação do próximo ano, superando a volatilidade que teve no passado.
"Isso parece possível se ele for capaz de administrar a doença e enfrentar a eleição com uma imagem de um líder capaz de superar a adversidade e entregar resultados", disse o banco em nota a clientes.
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