O ditador do país, Nicolás Maduro, participa de evento com a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), em Caracas (Venezuela), em julho de 2022.| Foto: EFE/ Rayner Peña
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A ONG Human Rights Watch (HRW) pediu nesta quarta-feira (05) que os países que integram as Nações Unidas votem contra a reeleição da Venezuela como membro do Conselho de Direitos Humanos pelo histórico de repressão do regime de Nicolás Maduro.

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"O vingativo ataque da Venezuela contra os críticos do governo faz com que o país não seja apto para ser membro do principal órgão de direitos humanos da ONU", afirmou Louis Charbonneau, diretor da ONG, em comunicado.

O representante da HRW disse que a escolha da Venezuela "minaria a credibilidade da ONU, ao recompensar as autoridades venezuelanas com um papel na hora de julgar outros países que estariam maltratando a população".

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A eleição de novos membros do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas acontecerá em 11 de outubro deste ano, e a Venezuela concorre com Chile e Costa Rica por dois assentos reservados para países da América Latina.

A escolha será feita na Assembleia Geral da ONU e os países selecionados servirão por um período de três anos no Conselho Direitos Humanos, que tem sede em Genebra, na Suíça.

No caso da Venezuela, que busca a reeleição, a HRW denuncia que o governo de Maduro "continua reprimindo a dissidência", e que, de acordo com levantamento feito em setembro, há ao menos 244 presos políticos no país, que sofreram "torturas".

A Missão Internacional Independente da ONU para a Venezuela acusou, no mês passado, a inteligência civil e militar do país (Sebin e Dgcim, respectivamente) de cometer crimes de lesa humanidade para reprimir a dissidência política, mediante um "modus operandi determinado desde o mais alto escalão".

Em um relatório, esses especialistas descreveram as torturas e os maus tratos sofridos por dezenas de pessoas em centros de detenção dos serviços de inteligência venezuelanos.

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A HRW destaca também que as forças de segurança mataram, entre 2016 e 2019, pelo menos 19 mil pessoas em incidentes registrados, na maioria, como de "resistência às autoridades", o que incluem "execuções sumárias".

A organização não governamental, além disso, denunciou os "lamentáveis históricos de direitos humanos" de outros países que querem chegar ao Conselho, em especial, o Afeganistão e o Vietnã.

O Conselho de Direitos Humanos é composto por 47 países, que são eleitos para mandatos de três anos, e desde sua criação tem sido frequentemente criticado por acomodar países com históricos muito duvidosos.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]