Guiné, Libéria e Serra Leoa anunciaram ontem que vão colocar em quarentena a região fronteiriça comum onde surgiu o último surto do vírus Ebola, que deixou 729 mortos entre mais de 1,3 mil infectados, segundo o último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS).
"Essas áreas serão isoladas pela polícia e pelo exército. As pessoas nessas áreas sob quarentena receberão ajuda material", afirmou Hadja Saran Darab, secretário-geral do bloco União do Rio Mano, que reúne os países da África ocidental.
O anúncio foi feito ao final de uma cúpula de emergência, à qual também assistiram representantes da Costa do Marfim e da OMS, para anunciar um plano de 100 milhões de dólares de resposta à crise sanitária.
Já os participantes da cúpula EUA-África, na semana que vem, em Washington, procedentes de países afetados pela epidemia de Ebola, serão submetidos a exames médicos na chegada aos EUA, anunciou ontem o presidente americano, Barack Obama.
"As pessoas que vierem desses países e que tiverem até mesmo um risco marginal, ou infinitesimal, de terem sido expostas de alguma forma, nós garantimos que vamos examiná-las quando deixarem o país [de origem]", declarou Obama a jornalistas, durante coletiva de imprensa na Casa Branca.
Obama afirmou, ainda, que serão feitos "exames adicionais" quando os delegados chegarem aos EUA para participar do evento. A cúpula começará na próxima segunda-feira e terminará no dia 6.
Até agora, o vírus, que provoca dores, febre, vômitos, diarreia e hemorragias, matou quase 60% dos infectados desde março. A epidemia atual foi declarada na Guiné, antes de se espalhar para a Libéria e, em seguida, para Serra Leoa, três países vizinhos. Uma morte por Ebola foi registrada na Nigéria, de um homem que viajou para lá saindo da área afetada.
"Estamos certos de que os procedimentos que estabelecemos são os apropriados", insistiu Obama, que tentou tranquilizar a opinião pública, afirmando que o vírus do Ebola não se transmite com facilidade.