Funcionários da área de saúde usam aparatos protetores no corpo todo, perto de unidade de isolamento na Libéria| Foto: Ahmed Jallanzo (Unicef)/Reuters

Vítimas

EUA retiram da África dois americanos infectados pelo vírus

AFP

A diplomacia americana informou ontem que vai repatriar da África Ocidental dois americanos contaminados pelo vírus do Ebola.

Os dois serão postos em quarentena assim que chegarem aos Estados Unidos.

O Departamento de Estado americano não revelou a identidade desses dois pacientes, mas Washington já indicou a morte de um cidadão dos EUA na Nigéria e a infecção de outros dois na Libéria.

"A segurança dos cidadãos americanos é uma preocupação primordial", anunciou o Departamento em nota divulgada ontem, ao se referir à repatriação de dois cidadãos com a ajuda dos Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDCs, na sigla em inglês).

"Serão tomadas as precauções para o transporte dos pacientes de forma segura, para fornecer cuidado vital em um voo não comercial e para mantê-los perfeitamente isolados em sua chegada aos EUA", disse a porta-voz do Departamento, Marie Harf.

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Guiné, Libéria e Serra Leoa anunciaram ontem que vão colocar em quarentena a região fronteiriça comum onde surgiu o último surto do vírus Ebola, que deixou 729 mortos entre mais de 1,3 mil infectados, segundo o último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS).

"Essas áreas serão isoladas pela polícia e pelo exército. As pessoas nessas áreas sob quarentena receberão ajuda material", afirmou Hadja Saran Darab, secretário-geral do bloco União do Rio Mano, que reúne os países da África ocidental.

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O anúncio foi feito ao final de uma cúpula de emergência, à qual também assistiram representantes da Costa do Marfim e da OMS, para anunciar um plano de 100 milhões de dólares de resposta à crise sanitária.

Já os participantes da cúpula EUA-África, na semana que vem, em Washington, procedentes de países afetados pela epidemia de Ebola, serão submetidos a exames médicos na chegada aos EUA, anunciou ontem o presidente americano, Barack Obama.

"As pessoas que vierem desses países e que tiverem até mesmo um risco marginal, ou infinitesimal, de terem sido expostas de alguma forma, nós garantimos que vamos examiná-las quando deixarem o país [de origem]", declarou Obama a jornalistas, durante coletiva de imprensa na Casa Branca.

Obama afirmou, ainda, que serão feitos "exames adicionais" quando os delegados chegarem aos EUA para participar do evento. A cúpula começará na próxima segunda-feira e terminará no dia 6.

Até agora, o vírus, que provoca dores, febre, vômitos, diarreia e hemorragias, matou quase 60% dos infectados desde março. A epidemia atual foi declarada na Guiné, antes de se espalhar para a Libéria e, em seguida, para Serra Leoa, três países vizinhos. Uma morte por Ebola foi registrada na Nigéria, de um homem que viajou para lá saindo da área afetada.

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"Estamos certos de que os procedimentos que estabelecemos são os apropriados", insistiu Obama, que tentou tranquilizar a opinião pública, afirmando que o vírus do Ebola não se transmite com facilidade.