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| Foto: Luis Acosta/AFP

Por medo de réplicas, moradores das cidades mais afetadas pelo terremoto de magnitude 7,8 que atingiu o Equador no último sábado (16) passam a terceira madrugada dormindo fora de suas casas.

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Segundo o Ministério Coordenador de Segurança, 413 pessoas morreram e mais de 2 mil ficaram feridas até o momento. O número, no entanto, pode aumentar devido à quantidade de desaparecidos -231 na madrugada desta terça (19).

A reportagem chegou por volta das 2h locais (4h em Brasília) a Manta, cidade turística onde 102 pessoas morreram.

No centro da cidade e no setor turístico, famílias inteiras armaram redes e colchões para dormir fora de suas casas devido ao risco de novas réplicas e desabamentos, em alguns casos perto de escombros das fachadas dos imóveis.

Mais da metade da cidade continua sem luz, incluindo o terminal rodoviário e o bairro de Tarqui, o mais afetado pelo abalo sísmico. Nos hotéis da orla, geradores mantêm funcionando as instalações, ocupadas por equipes de resgate e jornalistas.

Alguns dos membros das equipes de resgate e funcionários do governo dormem em carros, ligados com ar-condicionado devido ao calor de mais de 30ºC, e em sacos de dormir nas calçadas de Manta.

A energia começou a ser restabelecida na tarde desta segunda (18). O aeroporto da cidade, que atende toda a região afetada continua liberado apenas para voos de ajuda humanitária. Também foi retomado o sinal de telefonia móvel e de internet. Casas e hotéis com geradores oferecem aos moradores tomadas para que recarreguem seus celulares.

Apesar do medo, o número e a intensidade das réplicas diminuiu nas últimas horas. Moradores de Manta disseram à reportagem que a última mais intensa ocorreu por volta das 14h de segunda-feira (18).

Doações

A cena dos moradores dormindo nas ruas se repete em Portoviejo, a 10 km de Manta, e especialmente em Pedernales, cidade mais afetada pelo terremoto.

Na estrada de Guayaquil, maior cidade equatoriana, à província de Maiabí, a reportagem viu comboios de camionetes e caminhões trazendo ajuda humanitária e tratores para ajudar nas buscas e ambulâncias em ambos os sentidos.

O país está mobilizado em uma campanha de doações, a exemplo do que foi feito no Chile no terremoto de 2010.

As grandes emissoras de televisão colocam seus astros para pedir recursos às famílias afetadas e os estúdios para receber as doações.

Tanto em Quito como em Guayaquil há campanhas também nos aeroportos, que estão recebendo voluntários e membros de organizações humanitárias.

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