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Alta nos casos

Por que a Alemanha está com o seu pior índice de contágios de Covid-19 desde o começo da pandemia

Mulher passa em frente a centro de testes de Covid-19 em Berlim (Foto: EFE/EPA/FILIP SINGER)

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A Alemanha registrou nesta terça-feira (9) a maior incidência de novos casos de Covid-19 desde o início da pandemia. Dados do boletim do Instituto Robert Koch (RKI), agência federal e instituto responsável pelo controle e prevenção de doenças no país, apontam que a média nos últimos sete dias é de 213,7 novas contaminações a cada 100 mil habitantes.

Na segunda-feira (8), a Alemanha já havia atingido uma marca recorde, de 201,1 casos a cada 100 mil habitantes, primeira vez em que a taxa ficou acima de 200 – o maior índice anterior na média de sete dias havia sido de 197,6, registrada em 22 de dezembro.

Questionado pela revista Focus, o RKI atribuiu o aumento dos contágios a dois fatores principais: relaxamento das restrições de enfrentamento à pandemia e uma proporção ainda significativa da população ainda não vacinada.

Até segunda-feira, 67,2% da população alemã estava totalmente vacinada e 69,7% havia recebido pelo menos uma dose de imunizante – na França, 75% tem o esquema de vacinação completo, e na Espanha, 79%.

Uma pesquisa realizada pelo instituto Forsa para o Ministério da Saúde e divulgada no final de outubro apontou que 65% dos não vacinados na Alemanha não pretendem se imunizar contra a Covid-19 nos próximos dois meses.

Outro levantamento, da empresa global de inteligência de dados Morning Consult, mostrou que 11% dos alemães não desejam se vacinar, índice inferior apenas aos de Rússia e Estados Unidos entre os 15 países pesquisados.

Na semana passada, o ministro da Saúde, Jens Spahn, declarou que uma “quarta onda (da Covid-19) está a todo vapor” na Alemanha e que o país vive uma “pandemia dos não vacinados”.

Embora a proteção oferecida pelas vacinas faça com que a média de mortes pela doença em sete dias fique bem abaixo do auge no país (superior a 800 em janeiro), ela já subiu de 57 óbitos em 8 de outubro para 128 na última segunda-feira. Segundo reportagem da DW, médicos temem que o número de pacientes internados em UTIs devido à Covid-19 possa dobrar nas próximas semanas.

O governo alemão já considera reverter o relaxamento de algumas restrições. De acordo com a DW, uma das medidas cogitadas é que pessoas não vacinadas não possam mais frequentar locais públicos apenas com a apresentação de testes com resultado negativo.

Líderes dos três partidos que negociam a formação do próximo governo alemão pretendem apresentar na próxima semana no Bundestag, o parlamento federal, um pacote de medidas que, segundo informações da Bloomberg, visa evitar restrições mais duras, como fechamento de escolas e toques de recolher.

Na Saxônia, cujo ministro-presidente Michael Kretschmer havia dito à rádio Deutschlandfunk que havia a ameaça de “um lockdown como o do ano passado”, não vacinados foram proibidos esta semana de frequentar restaurantes, cinemas e bares.

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