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Ao contrário do Brasil, a posse presidencial nos Estados Unidos não acontece no dia 1º de janeiro. O republicano Donald Trump, eleito em novembro para voltar à Casa Branca, tomará posse em Washington em 20 de janeiro.
A partir do segundo mandato do primeiro presidente americano, George Washington, que teve início em 1793, a posse para o cargo máximo do Executivo dos Estados Unidos acontecia sempre em 4 de março. Caso a data caísse em um domingo, a posse era transferida para 5 de março.
Essa regra durou até 1932, quando o Congresso americano decidiu mudar a data por entender que o período entre o dia da eleição (que ocorre desde 1845 na primeira terça-feira após a primeira segunda-feira de novembro) e 4 de março era muito longo.
Naquele ano, havia especialmente pressa para que o presidente a ser eleito em novembro tomasse posse, devido à necessidade de medidas urgentes para enfrentar a Grande Depressão.
Dessa forma, o Congresso americano aprovou em 2 de março de 1932 e ratificou em 23 de janeiro de 1933 a 20ª Emenda à Constituição dos Estados Unidos, determinando que a posse deve ocorrer sempre ao meio-dia de 20 de janeiro. Se a data cair no domingo, a posse deve ser realizada no dia 21.
Franklin D. Roosevelt, eleito presidente americano em 1932, ainda tomou posse em 4 de março de 1933, mas nos seus mandatos seguintes, a cerimônia já ocorreu em 20 de janeiro (1937, 1941 e 1945). À época, não havia a atual regra de que um presidente dos Estados Unidos pode exercer apenas dois mandatos, que entraria em vigor apenas em 1951.
Desde então, a posse presidencial nos Estados Unidos tem ocorrido sempre em 20 de janeiro, exceto, é claro, em casos em que um presidente teve que ser substituído pelo vice, caso do próprio Roosevelt, que morreu em abril de 1945, e em três ocasiões em que a data foi alterada para o dia 21 porque o dia 20 caiu num domingo: nas posses para os segundos mandatos de Dwight Eisenhower (em 1957), Ronald Reagan (1985) e Barack Obama (2013).
A data de 1º de janeiro, dia da posse presidencial no Brasil, ficaria impossibilitada pelas datas e procedimentos do calendário eleitoral nos Estados Unidos.
A contabilização definitiva dos resultados das urnas é demorada na comparação com o Brasil, devido aos diferentes meios de votação e contagem de votos nos condados americanos. Depois, os resultados são certificados por autoridades eleitorais locais.
Depois disso, os membros do Colégio Eleitoral, que é quem realmente elege o presidente com base nos votos da população em novembro, se reúnem nas capitais estaduais para votar para presidente e vice, o que sempre ocorre em dezembro. Neste ano, isso ocorreu no dia 17.
Por lei, os votos do Colégio Eleitoral precisam ser contados numa sessão conjunta do Congresso americano, o que por lei sempre acontece em 6 de janeiro.