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Oriente Médio

Por que o conflito entre Israel e Hamas permanece apesar de esforços diplomáticos

Imagem mostra sistema de defesa antimísseis de Israel ativado contra foguetes disparados a partir de Gaza (Foto: Divulgação / Força de Defesa de Israel)

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O confronto entre Israel e o Hamas entrou na segunda semana ainda sem sinais de uma trégua, apesar de esforços diplomáticos de países da região e outros que pedem pelo fim da violência. Nesta segunda-feira (17), Israel realizou novos ataques aéreos em Gaza e os militantes do Hamas lançaram mais foguetes contra cidades israelenses.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou pela primeira vez nesta segunda-feira o seu apoio a um cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Em conversa com o premiê israelense Benjamin Netanyahu, Biden também reiterou que Israel tem o direito de se defender de ataques indiscriminados de foguetes, segundo comunicado divulgado pela Casa Branca.

O comunicado diz ainda que Biden "encoraja Israel e fazer todos os esforços para garantir a proteção a civis inocentes".

Mais cedo nesta segunda-feira, os EUA se opuseram, pela terceira vez em uma semana, a uma declaração pública do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o agravamento da violência entre Israel e militantes de Gaza. Os documentos do Conselho precisam ser emitidos em consenso entre os seus 15 membros, e o governo americano foi o único a fazer uma objeção à declaração. O secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, questionou se alguma ação ou declaração seria capaz de acelerar o fim do conflito, afirmando que Washington apoiaria qualquer medida que de fato avançasse as perspectivas de paz.

Blinken e outras autoridades norte-americanas conversaram com autoridades do Egito, Jordânia e Emirados Árabes Unidos sobre a escalada do conflito. Um enviado dos EUA na região se encontrou com o presidente palestino Mahmoud Abbas.

Esforços diplomáticos para a resolução do conflito têm sido feitos por Egito e mediadores da ONU, cuja assembleia geral se reunirá na quinta-feira para discutir a questão.

O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu por um cessar-fogo "o quanto antes" e disse que seu país apoia a mediação do Egito. A chanceler alemã, Angela Merkel, conversou com Netanyahu nesta segunda-feira e expressou o seu apoio ao direito de autodefesa de Israel.

O governo de Joe Biden aprovou a venda potencial de US$ 735 milhões em armas de precisão a Israel, noticiou o Washington Post nesta segunda-feira. O Congresso americano foi notificado oficialmente sobre a proposta de venda em 5 de maio, menos de uma semana antes do início das hostilidades entre Israel e o Hamas.

Condições para trégua

Apesar da pressão internacional, os lados não indicaram que devem aceitar um cessar-fogo em breve. "A diretiva é continuar a atacar alvos terroristas. Continuaremos a atuar como necessário para restaurar a paz e a segurança a todos os residentes de Israel", afirmou Netanyahu nesta segunda após reunião com militares.

A ala armada do Hamas prometeu lançar mais foguetes contra cidades israelenses. "O inimigo criminoso sionista intensificou o bombardeio a casas e apartamentos residenciais nas últimas horas, e por isso, alertamos o inimigo que se isso não cessar imediatamente, retomaremos o fogo contra Tel Aviv", afirmou o porta-voz Abu Ubaida, segundo noticiou a Reuters.

Para André Lajst, cientista político especialista no conflito árabe-israelense e diretor-executivo da ONG StandWithUS, ainda não houve uma trégua porque o Hamas faz exigências que Israel não pode aceitar. "Israel não está negociando com um país, mas sim com um grupo terrorista. Ceder a um grupo terrorista iria encorajá-lo a continuar fazendo essas ações no futuro, porque essas negociações de cessar fogo não levarão a um acordo de paz com o Hamas", avaliou.

As exigências do Hamas "não cabem no cenário político", disse Lajst. Entre elas, a condição de que pessoas que foram presas nos recentes protestos em Jerusalém sejam soltas. "As pessoas cometeram crimes e foram presas. Israel não vai estar disposto a soltá-las por capricho do Hamas".

Na avaliação de Lajst e de outros analistas, o confronto deve durar pelo menos mais alguns dias. "Israel ainda não atingiu todos os objetivos que tinha". Entre os objetivos israelenses que não foram atingidos estão a paralisação completa do lançamento de foguetes e o atingimento das dez maiores lideranças do Hamas.

Entre os objetivos já conquistados por Israel estão a destruição de túneis do Hamas, a morte de líderes militares do Hamas e da Jihad Islâmica e danos no arsenal anti-tanque e na fabricação de foguetes.

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) estão atacando embarcações de ataque naval na costa da Faixa de Gaza na madrugada desta terça-feira, segundo relatos da mídia palestina repercutidos pelo Times of Israel. Explosões foram vistas em Gaza após ataques aéreos na Cidade de Gaza nesta noite, e confirmadas por fotos da agência AFP.

Autoridades de saúde de Gaza disseram que, até a segunda-feira, 201 palestinos morreram no recente conflito, incluindo 58 crianças. Em Israel, dez pessoas foram mortas, incluindo duas crianças.

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