Atualizado em 17/07/2006 às 19h37
Milhares de estrangeiros fugiam do Líbano na segunda-feira, para escapar dos bombardeios de Israel contra o país, que chegaram ao sexto dia na segunda-feira. Alguns viajam por terra para a Síria, enquanto outros aguardam lugar em barcos americanos e europeus.
Enquanto os europeus se reúnem perto das suas embaixadas em Beirute, a União Européia fez um apelo para que Israel garanta a segurança de dezenas de milhares de seus cidadãos no Líbano.
- Várias vezes estive em contato com a ministra israelense (das Relações Exteriores, Tzipi Livni) e pedi a eles que dêem claras garantias de que estas pessoas não estão em perigo - disse a jornalistas o ministro finlandês das Relações Exteriores, Erkki Tuomioja, cujo país ocupa a presidência rotativa da UE neste semestre.
A França na segunda-feira enviou uma balsa fretada a Beirute para resgatar centenas de cidadãos franceses e levá-los à ilha mediterrânea de Chipre, 85 quilômetros a oeste.
A balsa, escoltada por uma fragata francesa, deve fazer pelo menos três viagens a Beirute nesta semana.
O Líbano, ex-protetorado francês, tem cerca de 17 mil residentes franceses. Além disso, há cerca de 5 mil turistas da França por lá. Paris mobilizou cerca de 800 soldados para a retirada e mantém sete helicópteros de prontidão na área.
- Se as coisas se complicarem, vamos encontrar os franceses onde estiverem - disse Jean-François Bureau, porta-voz do Ministério da Defesa.
O francês Fouad Jawad, 17, chorava enquanto esperava na embaixada francesa em Beirute, sob o ruído dos mísseis israelenses que caíam sobre um subúrbio do sul da capital.
- Nossa família ainda está lá, estamos com medo que aconteça alguma coisa. Eles não atendem ao telefone - disse o estudante.
O empresário Mohammed Koubaissi, 40, que tem passaporte francês, queixava-se: "ninguém liga para a vida dos árabes. Ter uma nacionalidade européia é como um passe do inferno para o paraíso".
Washington disse ter alugado um navio de cruzeiro com capacidade para 750 passageiros para um possível resgate em larga escala e está enviando um navio de combate da Marinha para escoltá-lo.
Uma primeira leva de 21 americanos foi retirada no domingo com a chegada de uma equipe militar norte-americana responsável pelo planejamento de resgates maiores.
O Departamento de Estado diz haver 25 mil cidadãos dos EUA no Líbano, dos quais apenas 8 mil estariam registrados na embaixada.
"Nos últimos quatro dias, a Síria experimentou um grande fluxo de cidadãos dos EUA e estrangeiros", disse nota da embaixada da Síria em Washington. "Na Síria, cidadãos dos EUA e de outras nações encontram um refúgio dos bárbaros e atrozes atos do Exército israelense no Líbano. O governo sírio está orientando suas autoridades de fronteira a suspenderem as exigências (de visto) a fim de facilitar a entrada."
O Ministério das Relações Exteriores do Canadá anunciou o fretamento de seis barcos e espera começar a levar seus cidadãos ao Chipre em meados dessa semana, dependendo das garantias que receber das partes envolvidas no conflito.
- Usando esses barcos podemos retirar cerca de 4.500 pessoas por dia - disse uma autoridade a jornalistas.
Até agora, 25 mil canadenses já se registraram na embaixada do país em Beirute, mas o funcionário disse que o total de moradores do Líbano com passaporte canadense pode chegar a 50 mil.
- A maioria dos canadenses no Líbano na verdade é de residentes, e é questionável se eles vão deixar suas casas - disse o funcionário.
Um navio militar italiano deixou o porto de Larnaca, no Chipre, com direção ao Líbano na segunda-feira. Uma autoridade do país disse que o barco deve retirar 200 italianos e 120 não-italianos.
A Grã-Bretanha retirou cerca de 40 pessoas de Beirute na segunda-feira com um helicóptero, e navios de guerra britânicos se aproximam da costa para a possível retirada de 10 mil cidadãos.
A Alemanha disse que iria ajudar mais 500 alemães a partirem na segunda-feira -- 200 já saíram no fim de semana.
A Suécia e a Holanda disseram que centenas de seus cidadãos chegaram à Síria. Suécia, Noruega e Dinamarca também planejam desocupações por mar. A Grécia tem uma fragata a caminho de Larnaca, aguardando ordens.
Muitos outros países, inclusive a Rússia, anunciaram a retirada dos seus cidadãos através da Síria.
A Nigéria disse ter levado mais de 100 nigerianos para uma cidade síria perto da fronteira e anunciou ajuda a cidadãos de outras nações africanas, como Gana, Senegal e Etiópia.
Desde quinta-feira, milhares de estrangeiros foram de carro do Líbano para a Síria. O aeroporto de Beirute foi bombardeado e está desativado.
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