O Conselho de Segurança das Nações Unidas requisitou nesta quinta-feira (27) ao Talibã para que reverta as políticas e práticas que limitam os direitos das mulheres e meninas no Afeganistão, condenando sua decisão de vetar o trabalho das mulheres afegãs que trabalham para a ONU.
O texto, apoiado por mais de 90 países, foi adotado por unanimidade - fato raro nas sessões do Conselho de Segurança nos últimos tempos - e é uma resposta direta ao veto do Talibã às funcionárias da ONU neste mês, um decreto que “mina os direitos humanos e os princípios humanitários”, diz a resolução.
O texto pede que o Talibã “reverta rapidamente as políticas e práticas que restringem meninas e mulheres de usufruírem plenamente de seus direitos humanos e liberdades fundamentais”, e pede que os Estados-membros “usem toda a sua influência para promover a rápida reversão de tais práticas e políticas”.
Os países com poder de veto no Conselho de Segurança têm grandes diferenças sobre como lidar com a situação no Afeganistão: EUA, França e Reino Unido defendem uma posição mais forte em relação às exigências de respeito aos direitos humanos, enquanto China e Rússia dão mais importância à manutenção de um relacionamento aberto com o Talibã, a fim de fornecer respostas para a grave crise econômica do país.
Desde que o Talibã tomou o poder, a ONU continuou a operar no Afeganistão para tentar apoiar a população e manter contato com o grupo radical, sempre buscando um certo equilíbrio em suas declarações para defender seus princípios e, ao mesmo tempo, manter canais de comunicação com os extremistas.
A Secretaria-Geral da organização, no entanto, criticou repetidamente os ataques aos direitos das mulheres e descreveu como “inaceitável” e “inconcebível” o veto às trabalhadoras afegãs, consideradas essenciais para levar ajuda humanitária e realizar outras operações importantes.
O pronunciamento do Conselho de Segurança ocorre no momento em que estão sendo feitos os preparativos para uma reunião internacional sobre o Afeganistão na próxima semana em Doha, na qual as Nações Unidas e representantes de vários países discutirão a situação no país e como lidar com o Talibã.
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