Estão em curso as negociações que poderão levar à renúncia do presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, ou reduzir seu poder político a um papel figurativo no governo, à medida que a coalizão de governo aumenta a pressão pelo impeachment, disse nesta sexta-feira (15) um aliado do líder. Apesar disso, um porta-voz de Musharraf negou que ele renunciará.
A assembléia da província do Baluchistão aprovou hoje, por unanimidade, uma moção para Musharraf enfrentar um voto de confiança no Parlamento ou renunciar. Agora, todas as quatro províncias do Paquistão aprovaram medidas pedindo a renúncia ou o voto de confiança. O ex-premiê Sharif, líder do partido Liga-N islâmico moderado, disse ontem que a imunidade não será concedida a Musharraf. Sharif disse que Musharraf violou a Constituição e precisa renunciar ou sofrerá impeachment.
Rivais políticos de Musharraf sugeriram ontem que ele deverá renunciar nos próximos dias, antes da abertura de um processo de impeachment no Parlamento, que poderá ter início no começo da próxima semana. Mas representantes do governo disseram que um processo de impeachment poderá levar meses, porque não existe precedente na turbulenta história de 61 anos do Paquistão.
Tanto aliados quanto rivais de Musharraf confirmaram que existem discussões em andamento que podem levar à renúncia do presidente. "Existem várias discussões de bastidores em andamento e um outro caminho que não leve ao impeachment pode ser encontrado", disse o senador Tariq Azim, um político graduado do partido pró-Musharraf, o Liga-Q. A renúncia de Musharraf acompanhada pela imunidade é uma opção, ou então a retirada dos poderes da presidência, o que deixaria o cargo meramente figurativo. Funcionários da coalizão de governo, no entanto, descartam a hipótese de retirada dos poderes e afirmam que Musharraf deve deixar a presidência.
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