Com mais de 50% das intenções de voto, o economista Aníbal Cavaco Silva deve se reeleger neste domingo presidente de Portugal. No entanto, caso vença mesmo as eleições, o país que ele comandará pelos próximos cinco anos é muito diferente daquele que ele assumiu em 2006. Mergulhado em uma profunda crise econômica e política, Portugal é uma nau sem rumo.

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Ano passado, o índice de desemprego atingiu o recorde histórico de 11,1%. Em 2011, a tendência é piorar. Estima-se que cerca de 350 mil funcionários públicos terão cortes salariais. Cerca de 60 mil portugueses com diploma universitário não têm trabalho. A grande maioria desse contingente é de jovens recém-formados, o que vem levando muitos analistas a temer uma nova fuga migratória, principalmente para o Brasil.

De acordo com estimativas, o PIB de Portugal deve recuar 1,3% em 2011. O grau de endividamento do país, que tem uma dívida pública que ultrapassa 80% do PIB, aumenta os temores de que, após Grécia e Irlanda, Portugal seja o próximo a pedir ajuda a Bruxelas.

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O país vem sendo pressionado a aceitar a ajuda do fundo de estabilidade europeu (EFSF, na sigla em inglês), para reduzir o custo de financiamento do déficit. "Se as taxas continuarem elevadas (acima de 6%, como agora), Portugal não terá alternativa", disse Laurence Boone, economista do Barclays na França. O governo, porém, nega a necessidade.

O primeiro-ministro José Sócrates e seu Partido Socialista (PS) não têm maioria absoluta no Parlamento e estão sofrendo o desgaste da crise econômica e das medidas de austeridade.

Como não faz parte do governo, Cavaco Silva e o Partido Social Democrata (PSD) não foram tão afetados pela crise. Azar de seu adversário, o ex-deputado Manuel Alegre, apoiado pelo PS, que tem apenas 23% das intenções de voto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.