Museus, varandas de cafés e escolas de ensino médio de Portugal voltaram a abrir, nesta segunda-feira (5), após dois meses de fechamento, na segunda fase do plano de desconfinamento do país, que foi duramente atingido pela Covid-19 no início do ano. Depois da reabertura das escolas primárias no dia 15 de março, nesta segunda-feira foram os alunos do ensino médio que voltaram às salas de aula. "Vamos virar uma página na esperança de que não seja necessário um retrocesso", comemorou o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.
Os demais setores que retomarem as atividades deverão seguir rígidas normas sanitárias. As reuniões estão limitadas a quatro pessoas por mesa nos terraços, e os museus terão de adaptar seus horários. Nas academias, as aulas coletivas não estão autorizadas.
"Este leve retorno à normalidade acontece no momento certo. Estávamos cansados do confinamento", disse à agência AFP Pedro Rosa, um funcionário público de 48 anos ao tomar seu café sozinho na área externa de um estabelecimento do centro turístico de Lisboa.
"Para mim, este é o melhor dia do ano, me faz lembrar a que ponto Lisboa é magnífica", declarou Vadim Mirigim, um turista russo de 51 anos entre os poucos visitantes que puderam atravessar esta manhã as muralhas do castelo São Jorge, fortaleza com vista para os bairros históricos da capital portuguesa e entre os monumentos mais visitados do país.
Enfrentando uma explosão de casos de coronavírus após as festas de final de ano, que provocou a saturação dos hospitais, o governo português impôs um segundo confinamento geral em meados de janeiro, seguido uma semana depois do fechamento das escolas.
Para favorecer o retorno seguro às escolas, o governo se apoia na realização em massa de testes de diagnóstico e em um plano de vacinação para os profissionais da educação.
Segundo o plano de desconfinamento do governo, as escolas de ensino médio, universidades e salas de espetáculo deverão esperar até 19 de abril para abrir. Os restaurantes aguardarão até o início de maio.
A situação sanitária é reavaliada a cada duas semanas, com a possibilidade de reintrodução de medidas restritivas nos locais com muitos casos de Covid-19, segundo o governo.
Durante este período, as autoridades decidiram manter as restrições de viagens. Os voos de e para o Brasil e o Reino Unido continuam suspensos para limitar a propagação das novas variantes, enquanto os controles nas fronteiras terrestres entre Portugal e Espanha, cuja passagem se limita a algumas exceções, foram estendidos até meados de abril.
"Esperamos receber muito poucos visitantes", já que não há turistas estrangeiros, explicou António Nunes Pereira, diretor do Palácio Nacional da Pena, na vila turística de Sintra, a cerca de 30 km de Lisboa.
Segundo ele, haverá uma "verdadeira retomada" no verão (inverno no Brasil), quando "o processo de vacinação estiver mais avançado na Europa", e as restrições de viagens forem reduzidas. Muito menos afetado do que outros países europeus durante a primeira onda da pandemia, Portugal teve de enfrentar uma explosão de casos depois das festas de fim de ano.
Deixe sua opinião