O ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores) reforçou hoje (15) que o ingresso da Venezuela no Mercosul ocorreu de forma legal e insinuou que a posição do Paraguai sobre o tema pode ser revista após a posse do novo presidente no país vizinho.
Nota divulgada na última sexta-feira por Horacio Cartes, novo presidente do Paraguai, afirma que a entrada da Venezuela no bloco não se deu "de acordo com as normas legais".
O Paraguai vai boicotar as reuniões do Mercosul enquanto a Venezuela ocupar a presidência rotativa do bloco. Caracas assumiu o posto na semana passada para o período de seis meses.
"Quanto a questionamentos da legalidade ou dos fundamentos jurídicos da incorporação da Venezuela, eles não se sustentam porque inclusive o tribunal permanente do Mercosul já se pronunciou a respeito e não questionou essa legalidade", disse Patriota após encontro com seu homólogo da Nigéria.
"Será importante ouvir o que novo governo tem a dizer uma vez no pleno exercício do poder. Hoje em dia o novo governo está dando declarações, fazendo comentários como governo eleito, mas não como um governo empossado. Isso será a partir de 15 de agosto", completou.
Patriota reiterou ainda que os esclarecimentos dados pelo governo dos Estados Unidos sobre espionagem no Brasil foram considerados "insuficientes"."Está reunido um grupo técnico aqui no Brasil (...) para elaborar uma lista de perguntas e solicitarmos esclarecimentos adicionais que poderão ser obtidos de diferentes maneiras. Ainda não decidimos sobre missão técnica, nem nada disso", afirmou.