O presidente eleito de Honduras, Porfirio Lobo, toma posse hoje numa cerimônia que contará com a presença de poucos presidentes e que também deverá ser marcada pela saída do presidente deposto José Manuel Zelaya, que deverá deixar o país após quatro meses abrigado na Embaixada do Brasil.
"Amanhã (hoje) será um dia de festa para os hondurenhos, mas não é conveniente que vocês venham à embaixada, isso iria interferir no processo da minha saída e complicaria as coisas para mim", disse Zelaya aos seus partidários, através da Rádio Globo (de Honduras). Zelaya está na Embaixada brasileira desde 21 de setembro do ano passado. Um acordo fechado entre Lobo e o presidente da República Dominicana, Leonel Fernández, permitirá que Zelaya o acompanhe a Santo Domingo após a cerimônia.
Lobo espera que, uma vez que o novo governo tome posse, seja mais fácil para Honduras restabelecer as relações com os países que não reconheceram o governo interino, após o golpe de Estado de 28 de junho de 2009.
Os protestos e o isolamento internacional contribuíram para que a crise econômica que Honduras vive se agravasse. Quando Zelaya foi derrubado, o governo ainda não contava com um orçamento aprovado pelo Congresso. "Todos sabemos que eu recebo um país na bancarrota, sabemos que os atores políticos de diferentes governos dilapidaram Honduras", disse Lobo há alguns dias à imprensa local.
Decisão
Ainda ontem, a Suprema Corte de Honduras decidiu isentar de qualquer responsabilidade penal os militares do país que tiveram parte na deposição do presidente Manuel Zelaya, em 28 de junho de 2009.
Na ocasião, Zelaya foi enviado à força para a Costa Rica. Para o Ministério Público hondurenho, que denunciou os militares, a ação configurou "abuso de poder" porque a Constituição do país proíbe expatriações.