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Conflito Nuclear

Possibilidade de os Estados Unidos atacarem o Irã divide especialistas

NOVIDADE | Mauro Campos
NOVIDADE (Foto: Mauro Campos)

Curitiba – O governo de George W. Bush vai ou não atacar o Irã? A pergunta foi feita recentemente num jantar que reuniu 18 figuras políticas em Washington. Entre elas, Zbigniew Brzezinski, ex-conselheiro de Segurança Nacional do governo Jimmy Carter, Brent Scowcroft, assessor de segurança nos governos Ford e Bush pai, e o ex-primeiro-ministro do Paquistão Benazir Bhutto.

Brzezinski e Scowcroft defenderam posições contrárias. O primeiro disse que o ataque é iminente. O segundo acredita que Bush não vai piorar a já complicada situação no Oriente Médio. Entre os presentes, apenas um concordou com Scowcroft. Os outros 15 acreditam que até janeiro de 2009, quando termina o mandato de Bush, os EUA lançarão um ataque contra o Irã. A história foi contada na última semana em um artigo publicado por Steven Clamons na revista Salon.

O momento atual é delicado. Na última terça-feira, o ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, alertou que o mundo precisa se preparar para uma guerra por causa do programa nuclear iraniano. A resposta do Irã veio no dia seguinte, com o anúncio de um plano para retaliar e atacar Israel, caso Teerã seja bombardeada. O cenário conta ainda com um mal explicado bombardeio israelense contra alvos na Síria, que estaria recebendo armamento nuclear da Coréia do Norte, e uma briga entre diplomatas norte-americanos e inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA), que não concordam sobre as sanções contra o país persa. Os EUA acham que é hora de expandir as sanções. A AEIA pede mais tempo para o Irã.

Sanções

Na sexta-feira, os cinco países membros do Conselho de Segurança da ONU – Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido –, mais a Alemanha, se reuniram para discutir uma terceira rodada de sanções contra o Irã. Com China e Rússia resistindo, os EUA, apoiados pela França, devem tentar implementar as sanções via União Européia. O que se questiona é a eficácia desse tipo de medida para cumprir o objetivo esperado – acabar com o programa nuclear iraniano. "Há alguns estudos que apontam que historicamente as sanções não afetam o governo diretamente. Se o Irã realmente tem esse interesse de ganhar influência com o programa nuclear, o país não vai mudar de idéia", diz Gunther Rudzit, professor de Relações Internacionais das Faculdades Rio Branco e ex-assessor do Ministério da Defesa (2001-2002).

E quão perigoso é um Irã nuclear? "A retórica iraniana não pode ser desprezada", diz Rudzit. "O presidente iraniano vem reiteradamente dizendo que é preciso riscar Israel do mapa. É também o governo muçulmano mais agressivo contra Israel."

Do outro lado, dos EUA, tampouco pode-se dizer que estão blefando. "Não dá para considerar impossível um ataque ao Irã vindo desse grupo político de Bush", afirma a professora de geopolítica do curso pré-vestibular Positivo, Luciana Worms.

O conflito de palavras continua no ar. É esperar para ver quem é o primeiro a tirá-lo do papel.

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