Ao menos cinco templos budistas em Bangladesh foram incendiados depois de uma multidão de 25 mil muçulmanos protestar contra a publicação no Facebook de uma foto ofensiva ao islã. Outros locais, como 15 casas da cidade de Ramu e em povoados nos arredores, também foram destruídos.
A imagem estava no perfil de um jovem budista e mostrava o Corão, livro sagrado dos muçulmanos, queimado. Segundo o jornal Daily Star, o garoto alegou que a foto não era sua e a veiculou por engano.
Após o início da violência, o jornal informou que a conta do garoto na rede social foi fechada e sua família passou a ter proteção policial. Os budistas representam menos de 1% da população de Bangladesh. Cerca de 90% dos 153 milhões de habitantes do país são muçulmanos.
O chefe da polícia do distrito de Cox Bazar, Nojibul Islam disse que a situação está controlada, mas cerca de 20 pessoas ficaram feridas nos ataques.
O ministro do Interior de Bangladesh, Mohiuddin Khan Alamgir, afirmou que os ataques foram premeditados e deliberados e tiveram o objetivo de iniciar um conflito no país. "Encontramos líquido inflamável e munição preparados para a queima dos templos", denunciou. Alamgir prometeu refazer os templos destruídos e compensar financeiramente todas as pessoas que tiveram suas casas afetadas.
Nas últimas semanas, milhares de muçulmanos se manifestaram em Bangladesh contra o filme Inocência dos Muçulmanos, que satiriza o profeta Maomé e foi produzido nos EUA. Outros protestos ocorreram no país após a publicação de charges de Maomé na revista francesa Charlie Hebdo.