Crianças tentam retormar a rotina em Newtown| Foto: REUTERS/Eric Thayer

O presidente americano, Barack Obama, deu na segunda-feira seus primeiros passos significativos na tentativa de reduzir a violência com armas no país. Segundo informações do "Washington Post", Obama pediu para que membros do Gabinete formulem propostas sobre o assunto, que podem incluir a volta do banimento da venda de armamento de grosso calibre, de 2004. A iniciativa será liderada pelo vice-presidente Joe Biden, de acordo com fontes do jornal.

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A polêmica voltou a ser discutida depois que Adam Lanza, de 20 anos, abriu fogo na semana passada na escola infantil de Sandy Hook, em Connecticut, matando 20 crianças e seis adultos e a própria mãe. O atirador, que usou dois rifles, não chegou a ser preso, se matando com a chegada da polícia.

Apesar de diversas organizações dos EUA defenderem um maior controle na venda de armas, a indústria armamentista tem grande influência política no país, principalmente entre os conservadores. Os próprios democratas achavam a discussão arriscada, mas alguns demonstraram na segunda-feira sinais de que o cenário pode estar mudando.

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Os senadores democratas Harry M. Reid (Nevada.), Joe Manchin (Virgínia Ocidental) e Mark R. Warner (Virgínia) deixaram claro que o Congresso deve considerar opções para abordar a questão. Os três têm sido árduos defensores dos direitos da compra de armas. Já a senadora Dianne Feinstein (Califórnia) foi mais longe, e disse que gostaria de reintroduzir uma legislação de restrição na venda de rifles. "Precisamos aceitar a realidade: não estamos fazendo o suficiente para proteger nossos cidadãos", disse Reid, líder da maioria no Senado. - Nas próximas semanas vamos nos envolver em negociações significativas e no debate adequado sobre como mudar as leis e a cultura que permitem que essa violência continue a crescer.

"No entanto, qualquer mudança na legislação de armas precisará do apoio dos republicanos, que, até o momento, não se uniram aos democratas nas sugestões de mudanças específicas", completou.

A ansiedade do governo americano para dar uma resposta ao massacre de Sandy Hook vem no mesmo momento em que uma pesquisa do "Washington Post" e da emissora ABC News mostrou que mais da metade dos entrevistados acha que ataques refletem problemas sociais, e não acontecem por causa de problemas de indivíduos isolados.

A iniciativa do presidente americano

Obama, que aparentou ter ficado abalado após o massacre da semana passada, encontrou com Biden na segunda-feira. Vice-presidente é conhecido por defender medidas por maiores restrições na venda de armas durante seus anos no Senado.

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O presidente conversou ainda com a secretária de Educação, Arne Duncan, com o procurador-geral Eric H. Holder Jr. e com a secretária de Saúde, Kathleen Sebelius, "para começar a buscar meios com os quais o país possa responder à tragédia de Newtown", de acordo com uma fonte.

Outros envolvidos na iniciativa incluem a conselheira da Casa Branca, Kathryn Ruemmler; a chefe de conselho de Biden, Cynthia C. Hogan; e a assessora especial Valerie Jarrett, que acompanhou Obama a Connecticut no domingo para se encontrar com parentes das vítimas.

Mais cedo, assessores da Casa Branca divulgaram uma nota dizendo que ainda era muito cedo para informar quais medidas que Obama iria propor. No domingo, o presidente disse em discurso, ela disse que pretendia falar com autoridades judiciais, especialistas em saúde mental, e outros para elaborar propostas contra a violência com armas.

Nesta terça-feira, tabloides americanos e britânicos divulgaram a última imagem de uma turma de 15 alunos mortos pelo atirador. A foto foi tirada no início do ano. A única que não aparece é Emilie Parker. Ela faltou à escola no dia que a imagem foi feita, informou o tabloide britânico "Daily Mail", mas estava lá quando o atirador invadiu Sandy Hook.

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