Fila de motos em Paris: associações dos postos de gasolina estimaram que oferta, comprometida pela greve em várias refinarias, deve demorar dez dias para ser normalizada| Foto: EFE/EPA/TERESA SUAREZ
Ouça este conteúdo

Os efeitos da greve em várias refinarias francesas começaram a ser sentidos em postos de gasolina de algumas regiões, que tiveram de fechar devido à falta de combustível, enquanto em outros se multiplicam as filas de motoristas que tentam reabastecer os tanques.

CARREGANDO :)

O porta-voz do governo, Oliver Véran, disse nesta sexta-feira (7) que a tensão irá durar “alguns dias”, mas se recusou a admitir que existem carências, embora tenha reconhecido problemas de abastecimento em algumas regiões.

Em declarações ao canal BFM, Véran disse que apenas 15% dos postos de gasolina do país tiveram de colocar a placa de fechado, situação que está concentrada em algumas regiões, como Paris.

Publicidade

O governo, que abriu reservas estratégicas e aumentou as importações, diz que o fim de semana deverá ser “difícil” nestas regiões, enquanto as associações de postos de gasolina acreditam que a situação não voltará ao normal durante cerca de dez dias, embora vá melhorar gradualmente.

A origem do problema reside na greve que tem ocorrido há mais de uma semana em várias refinarias pertencentes ao grupo TotalEnergies, onde os trabalhadores exigem um aumento salarial para encarar os aumentos de preços. Eles argumentam que a companhia teve lucro recorde.

A principal refinaria do país, localizada na Normandia, de onde sai um quinto do combustível consumido na França, é uma das mais afetadas pelas greves. Falando de Praga, o presidente francês, Emmanuel Macron, pediu que os cidadãos se acalmem.

“Diante da escassez, houve movimentos de pânico e muitos dos nossos compatriotas correram para os postos de gasolina para abastecer, como precaução. No entanto, esta atitude acelera o efeito de pânico”, comentou.

Ao mesmo tempo, houve um aumento da demanda nos postos da TotalEnergies devido ao desconto de 20 centavos por litro aplicado pela empresa, além do desconto de 30 centavos por litro do governo. Isto levou a um aumento do número de motoristas que visitaram os postos nos últimos dias.

Publicidade

Além disso, muitos motoristas franceses tentam encher os tanques nestes dias porque a partir do mês que vem o desconto governamental será de 10 centavos, e o desconto da TotalEnergies será de 20 centavos.

O grupo petroleiro, que também se recusa a reconhecer a escassez, admite que existem “problemas de abastecimento” em alguns postos, especialmente no interior do país, o que planeja resolver gradualmente.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]