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Negociações

Potências e Irã definem plano de ação para acordo nuclear

Líderes mundiais anunciam plano para acordo nuclear | Jean-Christophe Bott/Efe
Líderes mundiais anunciam plano para acordo nuclear (Foto: Jean-Christophe Bott/Efe)

Após uma maratona de negociações em Lausanne, na Suíça, negociadores dos EUA, do Irã e de outros cinco países anunciaram nesta quinta-feira (2) que definiram um plano de ação sobre pontos importantes de um pacto que vai limitar o programa nuclear do governo de Teerã. O objetivo é concluir um acordo completo em 30 de junho.

O objetivo das conversas desta semana era sinalizar vontade política de ambas as partes e estabelecer os pontos chave para desenhar um acordo final em junho. “Encontramos soluções, estamos prontos para começar a rascunhar [o acordo] imediatamente”, afirmou o ministro iraniano, Mohammad Javad Zarif, no Twitter antes da coletiva.

O acordo nuclear estipulado nesta quinta-feira prevê que o programa de enriquecimento de urânio do Irã seja limitado e supervisionado por um período de até 25 anos, enquanto 95% de urânio já produzido pelo país deverá ser diluído ou enviado ao exterior.

Além disso, o tratado pactuado fala de “controles rígidos” de até 25 anos de todas as atividades nucleares iranianas por parte da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), segundo uma minuta do acordo ao qual a Agência Efe teve acesso. Em contrapartida, serão levantadas todas as sanções impostas ao Irã devido a seu programa nuclear, tanto econômicas como diplomáticas.

Este acordo deve ser desenvolvido até 30 de junho, data limite para conseguir um pacto definitivo que encerrará 12 anos de disputas. Além disso, dois terço da capacidade de enriquecimento de urânio devem estar sob permanente supervisão durante os primeiros dez anos do acordo.

O enriquecimento de urânio é uma das partes mais sensíveis das ambições nucleares iranianas devido a seu duplo uso, tanto civil como militar. Nesse tempo, o enriquecimento de urânio para fins de pesquisa e desenvolvimento poderá ser realizado de forma limitada e sob estritos controles.

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, assegurou em uma declaração perante os jornalistas que este acordo é um “passo decisivo” para solucionar o litígio nuclear. Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammed Javad Zarif, destacou que seu país poderá continuar enriquecendo urânio e seguir desenvolvendo a tecnologia nuclear.

Divergência

As negociações, que deveriam ter terminado na terça-feira (31), foram postergadas por duas vezes nesta semana. O principal ponto de conflito nas discussões seria a divergência entre EUA e Irã sobre o que anunciar neste momento. Enquanto o governo de Teerã tentava adiar a resolução de questões técnicas, o governo norte-americano insiste em um rascunho detalhado do pacto.

O presidente dos EUA, Barack Obama, luta contra a mobilização política do Congresso americano, dominado pela oposição republicana, para aprovar novas sanções contra o Irã. As retaliações, diz, poderiam azedar um possível pacto. Os parlamentares, em recesso até o próximo dia 14, concordaram em adiar a votação de projetos sobre o assunto até o fim das discussões desta semana.

Mas, para manter sua posição na queda de braço, o presidente precisava que sua equipe saísse de Lausanne com um rascunho do pacto bem construído e com definição de detalhes técnicos, o que parecia mais difícil a cada dia.

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