Representantes de seis potências globais ofereceram ao Irã algumas concessões na tentativa de manter abertos os canais diplomáticos e conter os avanços do programa nuclear da república islâmica.
As concessões feitas por Alemanha, China, Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Rússia foram bem recebidas pelo Irã, apesar de Washington não ter sinalizado nenhuma intenção de suspender recentes sanções mais rigorosas contra a indústria petrolífera e o sistema financeiro iranianos.
A proposta das potências, apresentadas ao término de uma reunião de dois dias em Almaty, no Casaquistão, consiste em permitir que o Irã mantenha uma quantidade limitada de urânio altamente enriquecido, mas sem produzir mais, deixa de exigir o total desligamento de uma instalação nuclear subterrânea e remove algumas sanções comerciais que têm afetado a economia iraniana.
Os EA, que estavam representado pelo secretário de Estado, John Kerry, disseram que as sanções à indústria do petróleo e ao sistema financeiro do Irã permanecerão em vigor, mas a proposta como um todo foi bem recebida por Teerã.
O negociador iraniano Saeed Jalili considerou a proposta uma reviravolta para melhor. Ainda que cautelosamente otimista, Jalili disse que uma nova oferta feita nesta semana pelas potências sobre um compromisso é mais realista do que as ideias propostas no passado.
Ele descreveu a nova oferta como um passo para construir a confiança entre os dois lados, tendo em vista que a última rodada de negociações, em Moscou, em julho, quase fracassou.
"Nesta rodada de negociações, temos visto que, apesar de todas as atitudes dos últimos oito meses, eles tentaram se aproximar de nossos pontos de vista", disse Jalili a jornalistas no final do segundo dia de negociações na maior cidade do Casaquistão. "Nós acreditamos que esta é a reviravolta."
Jalili não detalhou como as sanções seriam amenizadas, ou o que o Irã estaria disposto a fazer em troca. Mas ele não abriu mão do direito de enriquecer urânio a 20%.